Em frente à antiga representação diplomática americana, agitaram bandeiras iranianas e palestinianas, bem como as do movimento xiita libanês Hezbollah, apoiado pela República Islâmica.
Muitos empunhavam cartazes com palavras de ordem como "Morte à América" ou "Morte a Israel", tanto em persa como em inglês, noticiaram agências internacionais.
Desde a manhã de sábado que os meios de comunicação social estatais têm difundido hinos revolucionários que denunciavam os "crimes" dos Estados Unidos contra a nação iraniana.
Em 04 de novembro de 1979, menos de nove meses após o derrube do último Xá do Irão, Mohammad Reza Pahlevi, um grupo de estudantes apoiantes da Revolução Islâmica invadiu a embaixada dos Estados Unidos em Teerão, acusando-a de ser um "ninho de espiões".
Para libertar os reféns, os estudantes exigiram que os Estados Unidos extraditassem o Xá para ser julgado no Irão.
A crise só terminou 444 dias mais tarde, após a morte do Xá deposto no Egito, com a libertação de 52 diplomatas norte-americanos.
Posteriormente, Washington rompeu as relações diplomáticas com Teerão, que não foram restabelecidas desde então, e impôs um embargo.
A manifestação de hoje ocorre numa altura em que Israel, inimigo declarado da República Islâmica, está em guerra com vários aliados do Irão -- o Hamas, em Gaza, e o Hezbollah, na sua fronteira norte.
A 26 de outubro, o exército israelita admitiu publicamente, pela primeira vez, que tinha atacado alvos militares em território iraniano, numa operação apresentada como retaliação pelos ataques de mísseis iranianos contra Israel em 01 de outubro.
Israel avisou o Irão para não retaliar contra estes ataques, que mataram pelo menos quatro soldados, de acordo com as autoridades iranianas.
No sábado, o líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, prometeu responder a qualquer ataque de Israel e do seu aliado, os Estados Unidos, contra o Irão ou os seus grupos aliados na região.
Por seu lado, na sexta-feira, os Estados Unidos anunciaram novos destacamentos de forças militares no Médio Oriente, incluindo defesas contra mísseis balísticos, caças e bombardeiros, que chegarão "nos próximos meses" em "defesa de Israel" e como aviso ao Irão.
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