"As ameaças feitas pelo inimigo israelita contra os civis libaneses, pedindo-lhes que abandonem cidades inteiras e se desloquem (...) são um crime de guerra adicional que se soma à série de crimes cometidos pelo inimigo", disse Mikati num comunicado.
O chefe de Governo libanês informou que pediu ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que trabalhe com a comunidade internacional para solicitar "maior pressão" sobre Israel para "parar a agressão", segundo o comunicado.
As declarações de Mikati surgem horas depois de o Exército israelita ter emitido uma nova ordem de evacuação para várias cidades e para um campo de refugiados palestinianos localizado no sul do Líbano, depois de, na quarta-feira, ter apelado à evacuação de toda a cidade de Baalbek.
Nas últimas semanas, as autoridades israelitas emitiram ordens de evacuação para dezenas de cidades libanesas, principalmente no sul do país.
As Nações Unidas e numerosas organizações não-governamentais criticaram no passado as autoridades israelitas pela utilização destas ordens de evacuação no contexto da ofensiva contra a Faixa de Gaza, argumentando que equivaliam a uma deslocação forçada.
O novo conflito no Médio Oriente foi desencadeado em 07 de outubro de 2023 com um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que matou mais de 1.200 pessoas, sobretudo civis, e outras cerca de 250 foram levadas como reféns.
Israel retaliou com uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 43 mil mortos, também maioritariamente civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo grupo palestiniano.
A guerra alastrou-se ao Líbano, onde, após quase um ano de trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, Israel lançou desde 23 de setembro um forte ataque contra o Hezbollah, que, segundo as autoridades de Beirute, já provocou mais de 2.800 mortos, a maioria dos quais no último mês, e cerca de 1,2 milhões de deslocados.
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