Irão critica Israel por proibir atividade da UNRWA
O Irão juntou-se hoje às críticas contra Israel por ter proibido a atividade da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), considerando que esta decisão "atroz e cruel" fará colapsar a ajuda em Gaza.
© Reuters
Mundo Irão
"Este ato é atroz e cruel e terá consequências graves porque a UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente) é uma instituição insubstituível e necessária, sem a qual o sistema humanitário e de ajuda em Gaza entrará em colapso", escreveu, na rede social X (antigo Twitter), o porta-voz da diplomacia iraniana, Ismail Baghaei.
O parlamento israelita aprovou na segunda-feira à noite duas leis, que entrarão em vigor dentro de três meses, que proíbe a atividade da UNRWA no país e limita a sua capacidade operacional nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e de Gaza.
Segundo a mesma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, a comunidade internacional deve impedir a "destruição total desta instituição com 75 anos" por parte de Israel, bem como a privação dos direitos humanos mais básicos dos refugiados palestinianos.
Baghaei defendeu que esta decisão pode ser vista como parte de um plano com "intenções genocidas" e uma "extensão do processo que tem vindo a ser desenvolvido há várias décadas com o expansionismo territorial", numa referência aos colonatos construídos por Israel em territórios palestinianos, ilegais à luz do direito internacional.
Depois de apontar a morte de mais de 230 funcionários da UNRWA, a mesma fonte referiu que o "regime ocupante procura parar por completo" as atividades da organização na Palestina, além do objetivo de "apagar os palestinianos da terra palestiniana".
A UNRWA foi criada em 1950 pela ONU e presta serviços sociais a cerca de seis milhões de refugiados palestinianos - muitos deles descendentes das centenas de milhares de deslocados pela criação do Estado de Israel - que vivem atualmente na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, no Líbano, na Síria e na Jordânia.
O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, já considerou que a cessação de atividade da organização terá "um impacto devastador" no povo da Palestina.
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