França "condena veementemente" ataque israelita de terça-feira em Gaza
A França afirmou hoje que "condena veementemente" o ataque israelita de terça-feira contra um edifício localizado no norte da Faixa de Gaza, que provocou quase uma centena de mortos, incluindo mulheres e crianças.
© Reuters
Mundo Médio Oriente
"A França também condena os recentes ataques israelitas contra hospitais no norte do enclave, sujeitos a ordens de evacuação e que albergam pacientes em estado crítico", referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, num comunicado de imprensa.
Na nota informativa, a diplomacia francesa apelou ainda ao levantamento "sem demora" do "cerco imposto" pelas forças israelitas no norte de Gaza.
Na terça-feira, os Estados Unidos, o principal aliado de Telavive, já tinham manifestado consternação com a morte de cerca de 100 palestinianos, incluindo mulheres e pelo menos 25 crianças, no ataque israelita em Beit Lahia, no norte de Gaza, e exigiram explicações a Israel.
Em declarações citadas pelas agências internacionais, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse que os Estados Unidos estavam "profundamente preocupados com a perda de vidas civis" num "ataque horrível com um resultado horrível".
"Contactámos o Governo de Israel para perguntar o que aconteceu", acrescentou Miller na mesma ocasião.
Na terça-feira, a Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou que pelo menos 93 pessoas tinham sido mortas durante a noite de segunda para terça-feira num ataque israelita a um edifício em Beit Lahia, no norte do enclave palestiniano, território controlado pelo grupo islamita Hamas desde 2007.
Ainda na terça-feira, e menos de 24 horas após o bombardeamento, Israel voltou a atacar a cidade de Beit Lahia, visando uma zona residencial e provocando a morte de pelo menos uma dezena de pessoas.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em Israel que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 43 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
No norte de Gaza, o Exército de Israel afirmou entretanto ter eliminado "dezenas de elementos das milícias" em "ataques aéreos e em combates corpo a corpo".
No sul do enclave palestiniano registaram-se bombardeamentos de Israel contra a zona humanitária de Khan Younis, onde se concentram milhares de deslocados.
Segundo fontes palestinianas, registaram-se vítimas mortais no ataque que atingiu locais onde se encontra a população civil deslocada.
A agência noticiosa palestiniana Wafa noticiou hoje que o Exército israelita também atacou uma zona onde se encontravam deslocados na cidade de Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza.
No mesmo comunicado, e sobre outra frente de combate no Médio Oriente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês também "condenou" o lançamento de 'rockets', "provavelmente" por parte do movimento xiita libanês Hezbollah, que atingiram na terça-feira o quartel-general da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), ferindo operacionais austríacos que integram a força de manutenção da paz da ONU.
"Esperamos que a investigação em curso permita apurar os factos e identificar os responsáveis", afirmou a diplomacia francesa, lembrando que "os ataques contra as forças de manutenção da paz constituem violações graves do direito internacional".
No Líbano, e através de um comunicado, o Exército israelita reclamou também hoje ter atingido mais de 100 alvos do Hezbollah e eliminado "dezenas de efetivos" do grupo xiita.
"Entre os alvos atingidos, conta-se o lançador de artilharia utilizado ontem [terça-feira] para disparar sobre a cidade de Maalot-Tarshiha, no norte de Israel", referiu o comunicado militar.
De acordo com o Exército, durante os "ataques limitados e localizados no sul do Líbano", foram apreendidas grandes quantidades de armamento, desmantelados túneis e lança-foguetes e eliminados alegados membros da milícia xiita.
O fogo cruzado fronteiriço entre o grupo xiita libanês Hezbollah e Israel, iniciado em 08 de outubro de 2023, evoluiu nas últimas semanas para uma situação de guerra, com bombardeamentos constantes das forças israelitas, que também têm efetuado incursões terrestres.
Os ataques israelitas mataram dirigentes de topo do Hezbollah e têm provocado a fuga de dezenas de milhares de pessoas, tanto para outras zonas do Líbano como para a Síria. Os números citados pelas agências internacionais apontam para mais de 1,2 milhões de deslocados.
Mais de 2.700 pessoas foram mortas no Líbano por ataques israelitas desde outubro de 2023, principalmente desde 23 de setembro deste ano quando se iniciaram os bombardeamentos de Israel contra o sul e o leste do país e Beirute, a capital libanesa.
O Hezbollah iniciou ataques contra o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, um dia depois de um ataque do grupo extremista palestiniano ter desencadeado uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
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