Blinken considera urgente uma solução diplomática para o Líbano

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, defendeu hoje em Londres que há uma "urgência real" em conseguir uma "solução diplomática" para o conflito no Líbano entre Israel e o grupo xiita Hezbollah.

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© EVELYN HOCKSTEIN/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
25/10/2024 17:38 ‧ 25/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Sentimos que existe uma urgência real em alcançar uma solução diplomática e a plena implementação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para que possa haver segurança real ao longo da fronteira entre Israel e o Líbano", disse Blinken, após uma reunião com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, em Londres.

 

A Resolução 1701, adotada em 2006, pôs fim a um conflito entre o Hezbollah e Israel e prevê a cessação das hostilidades entre as duas partes, estabelecendo que apenas o Exército libanês e as forças das Nações Unidas devem ser destacados para o sul do Líbano, na fronteira com Israel.

Na capital britânica, onde se encontrou com alguns representantes da zona do Médio Oriente, Blinken explicou que é essencial "obter os acordos necessários para a plena implementação" desta resolução e voltou a apelar à proteção dos civis, sem pedir um cessar-fogo.

"Queremos garantir que em locais como Beirute há um esforço real para garantir que as pessoas estão seguras e que os civis não são apanhados neste fogo cruzado", acrescentou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos da América (EUA).

Blinken também expressou o seu apoio à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) e sublinhou que a segurança do pessoal desta missão "é essencial", de acordo com um comunicado de imprensa do Departamento de Estado norte-americano, emitido após a reunião do representante de Washington com o primeiro-ministro libanês.

A FINUL denunciou hoje que soldados israelitas dispararam contra um dos seus postos de observação no sul do país esta semana, lamentando que a situação de segurança seja "extremamente difícil".

Nas últimas semanas, têm sido relatados vários incidentes envolvendo o exército israelita e as forças da FINUL.

No dia 20 de outubro, a FINUL voltou a acusar Israel de demolir "deliberadamente" uma torre de observação e a vedação do perímetro de uma das suas posições no sul do país, na fronteira com Israel, ações que se têm repetido desde que o exército israelita iniciou a sua ofensiva terrestre no Líbano no início deste mês.

Pelo menos dez capacetes azuis da FINUL -- que tem cerca de 10.000 elementos -- ficaram feridos na sequência de ações conduzidas pelo exército israelita.

Nas mesmas declarações, Blinken frisou que o Hezbollah e o Irão, que apoia o grupo xiita libanês, "não devem obstruir a segurança e a estabilidade do Líbano".

O fogo cruzado entre o grupo libanês Hezbollah e Israel, iniciado em 08 de outubro de 2023, evoluiu nas ultimas semanas para uma situação de guerra, com bombardeamentos constantes das forças israelitas, que também têm efetuado incursões terrestres.

Os ataques israelitas mataram dirigentes de topo do Hezbollah, incluindo o líder do grupo xiita pró-iraniano, Hassan Nasrallah, e provocaram a fuga de dezenas de milhares de pessoas, tanto para outras zonas do Líbano como para a Síria.

O Hezbollah iniciou ataques contra o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, um dia depois de um ataque do grupo extremista palestiniano ter desencadeado uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, que falou hoje separadamente com Blinken em Londres, disse, por sua vez, que o Governo libanês deixou claro que iria implementar a Resolução 1701.

Leia Também: Ataque a partir do Líbano faz pelo menos 9 feridos em Israel

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