O antigo vice-primeiro-ministro, Rabi Lamichhane, é acusado de fraude e crime organizado num caso que envolve o alegado desvio de fundos de uma instituição financeira antes da sua entrada na política.
Para Lamichhane e os seus apoiantes, as acusações foram fabricadas.
O apresentador de televisão, tornou-se conhecido na política como ativista anticorrupção, depois de entrevistas com funcionários públicos.
Lamichhane chegou ao Governo em novembro de 2022 com o seu partido, o Partido Nacional Independente, na sequência do descontentamento generalizado com os líderes políticos do Nepal, tornando-se vice-primeiro-ministro e ministro do Interior.
Lamichhane foi, no entanto, demitido em janeiro de 2023, depois de o tribunal do Nepal o ter proibido de exercer o cargo por não ter recuperado a cidadania nepalesa quando renunciou ao passaporte americano.
O antigo vice-primeiro-ministro foi detido na sexta-feira na capital nepalesa e transferido para a cidade de Pokhara, no centro do país, onde permanece detido.
Segundo a polícia, milhares de pessoas participaram hoje em manifestações.
Munida de bastões, a polícia cercou a área em redor do tribunal, lançando canhões de água e gás lacrimogéneo contra os manifestantes que entoavam 'palavras de ordem' contra o primeiro-ministro, Khadga Prasad Sharma Oli, e denunciavam as acusações contra Lamichhane.
Uma comissão parlamentar acusou Lamichhane de ter desviado milhões de rúpias de várias instituições enquanto dirigia a Gorkha Media Network, avançou o jornal Kathmandu Post.
"Apoiamos a investigação, mas trata-se de uma vingança política para pôr fim a um novo partido que trabalha para o bem-estar do povo", afirmou um membro desta força partidária, Toshima Karki, acrescentando que os ataques contra Lamichhane não vão acabar com o partido.
"Estamos a realizar uma manifestação pacífica e estamos empenhados em lutar contra esta injustiça", salientou.
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