"A cooperação militar russo-chinesa é um elemento importante para aumentar o potencial de defesa e manter a estabilidade regional e global", afirmou o ministro russo, Andrei Belousov, no início da reunião com o homólogo na capital chinesa.
Belousov referiu que russos e chineses efetuam regularmente exercícios militares "em terra, no mar e no ar".
"Conto com uma cooperação estreita e fértil com os camaradas chineses. Estou convencido de que as conversações de hoje servirão para reforçar ainda mais a parceria estratégica russo-chinesa no domínio militar", afirmou o governante russo, citado pela agência de notícias russa TASS.
Andrei Belousov sublinhou ainda que as "relações amistosas" entre a Rússia e a China estão a ser reforçadas em todas as esferas e "atingiram um nível sem precedentes" na História.
"Um papel fundamental no reforço dos laços estratégicos reside nos contactos fiáveis entre os líderes dos dois países", afirmou.
A reunião de hoje tem lugar uma semana antes da viagem do líder chinês, Xi Jinping, à Rússia para participar na cimeira dos BRICS (grupo de economias emergentes), onde irá encontrar-se com o chefe do Kremlin (presidência russa), Vladimir Putin.
Belousov, que ocupa a pasta da Defesa desde maio, foi recebido pelo seu homólogo chinês, Dong Jun, no edifício da Comissão Militar Central.
Dong sublinhou que a amizade russo-chinesa tem uma "base sólida", segundo a agência de notícias TASS.
"Temos um desejo comum de promover a cooperação militar. Estou certo de que seremos bons amigos", sublinhou o ministro chinês, recordando que Belousov assumiu o cargo num "momento crítico".
O almirante chinês sublinhou que a sua nomeação para substituir Sergei Shoigu na pasta da Defesa "reflete uma grande confiança por parte do Presidente Putin".
"Acredito que seremos capazes de fazer progressos na nossa cooperação militar e abrir uma nova página neste domínio", afirmou.
Dong sublinhou ainda que as forças armadas chinesas e russas devem defender "firmemente" os seus interesses comuns e contribuir assim para a estabilidade estratégica, indicou, por sua vez, um comunicado do Ministério da Defesa chinês.
A China, que apoiou desde o início a posição da Rússia contra o alargamento da NATO, é acusada pelo Ocidente de apoiar a campanha militar russa na Ucrânia, embora Pequim tenha defendido também a integridade territorial da Ucrânia.
Pequim apresentou uma iniciativa de paz e, mais recentemente, juntamente com o Brasil, um plano de resolução de seis pontos, que não inclui a retirada das tropas russas e, por conseguinte, já foi rejeitado por Kiev.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
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