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Jovens "vestem Múrcia com nomes" dos empresários que abusaram de menores

Sete empresários pagaram a uma rede de prostituição para abusar sexualmente de menores. Todos admitiram o crime, mas nenhum deles terá de pisar uma prisão. A decisão tem sido alvo de críticas por várias organizações e pelo Podemos, com um dos coletivos a espalhar cartazes com os rostos e nomes deles.

Jovens "vestem Múrcia com nomes" dos empresários que abusaram de menores

A Audiencia Provincial de Múrcia, em Espanha, decidiu que nenhum dos empresários - que admitiram ter pagado a uma rede de prostituição para abusar de menores -  vai ser condenado a uma pena de prisão. A sentença está a gerar polémica entre vários coletivos de esquerda. 

 

O grupo coletivo do Podemos Rebeldía Región de Murcia condenou a decisão, espalhando pela cidade cartazes e autocolantes com o rosto dos condenados.

"Ontem, os jovens de Rebeldía mobilizaram-se contra a decisão do Tribunal Provincial de Múrcia de libertar todos os pedófilos que violaram e exploraram sexualmente de meninas menores. Ontem à noite, vestimos Múrcia com os nomes desses desgraçados", anunciou o coletivo na rede X.

A porta-voz do Podemos em Múrcia, María Marín, também se manifestou na mesma plataforma: "Seis anos e meio mais tarde, o Tribunal de Múrcia completa uma infâmia ao nível da sentença de La Manada. O movimento feminista mostrou então do que é capaz para dobrar o braço de um sistema judicial sexista e patriarcal".

'La Manada' foi como ficou conhecido um grupo de cinco homens que violaram uma menina de dezoito anos em Navarra. Na altura, a Audiencia Provincial y Tribunal Superior de Navarra tinha classificado o crime como abuso sexual, que reduzia a pena dos condenados, mas acabou por mudar para violação depois de vários protestos. 

A porta-voz da Asociación de Mujeres Diversa, María José Durán, lembra que a desculpa usada para libertar os condenados da prisão é a demora no processo. “Os atrasos no julgamento dos factos beneficiaram claramente os sete agressores, por oposição às vítimas, para quem o principal, 10 anos depois, é virar a página”, refere, citada pelo Diario Red.

Para a ativista feminista, é evidente que se trata de “homens com dinheiro e poder que escapam à prisão, apesar de terem cometido um crime sangrento contra raparigas”.

Os sete empresários - Juan Castejón Ardid, Juan Peque Álvarez, Antonio Morales Nicolás, Antonio Giménez Pelegrín, José A. Arce López, Juan Martínez Fernández e José Jara Albero - receberam uma repreensão em tribunal e terão também de pagar uma coima ligeira de, no máximo, 2.000 euros por cabeça.

Leia Também: Empresários envolvidos em prostituição de menores escapam à prisão

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