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Israelitas em Nova Iorque lembram ataque e prometem "voltar a dançar"

 Centenas de israelitas e membros da comunidade judaica de Nova Iorque assinalaram um ano do ataque do Hamas a Israel com a promessa de que "voltarão a dançar", numa referência ao trágico festival de música Nova.

Notícias ao Minuto

06:44 - 08/10/24 por Lusa

Mundo Israel

"Voltaremos a dançar esta noite. Voltaremos a celebrar", gritou o rabino Shmuley Boteach, na segunda-feira, num palco montado em plena Times Square, no centro da cidade norte-americana de Nova Iorque, num evento pró-Israel destinado a assinalar um ano desde o ataque do Hamas, em 07 de outubro de 2023.

 

Na plateia, várias pessoas usavam camisolas com a frase "Voltaremos a dançar, Nova", numa referência ao festival onde cerca de 400 pessoas foram assassinadas por membros do grupo islamita palestiniano há um ano.

Rodeados por um forte dispositivo policial e submetidos a medidas de segurança restritas para entrar no recinto, israelitas, membros da comunidade judaica e manifestantes pró-Israel cantaram os hinos norte-americano e israelita e lançaram palavras de apoio a aplausos às Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), que há um ano bombardeiam incessantemente Gaza em resposta ao ataque do Hamas.

"Hoje é um dia triste, porque se assinala um dia trágico. Cerca de 1.200 pessoas foram abatidas, mas nunca serão esquecidas", afirmou Shmuley Boteach, discursando com uma bandeira dos Estados Unidos e de Israel nas costas.

No público, podiam ler-se cartazes com frases como: "Cessar-fogo não", "Libertem os reféns", "Matem todos os jihadistas, todos os esquerdistas e todos os nazis" ou "Tu não precisas de ser judeu para te lembrares".

Há um ano, cerca de mil combatentes do Hamas atacaram inesperadamente o território israelita, matando quase 1.200 pessoas e fazendo mais de 200 reféns, dos quais quase 100 assim permanecem em cativeiro.

O Governo israelita prometeu aniquilar o movimento islamita, considerado terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

Entres as figuras que discursaram no evento em Nova Iorque estiveram agentes e ex-agentes das IDF, o ativista afro-americano Benjamin Chavis, o cantor Sal Sinatra e vários membros da comunidade judaica nova-iorquina.

Ao mesmo tempo, uma vigília pró-Israel decorria no Central Park, onde se acenderam velas em memória das vítimas dos ataques do Hamas e onde eram esperados políticos e familiares dos reféns.

Além das manifestações pró-Israel, Nova Iorque foi também palco nesta segunda-feira de uma grande marcha pró-Palestina, que reuniu milhares de pessoas, incluindo palestinianos e judeus, pelo fim das "atrocidades israelitas" em Gaza e pela "libertação da Palestina".

A marcha teve início junto à Bolsa de Valores de Nova Iorque, em Wall Street, e arrancou com cânticos de cerca de cinco crianças judias, que entoaram "Libertem a Palestina, Libertem o Líbano" e "Sim ao judaísmo, jamais ao sionismo", frases de protesto que mereceram duras críticas de uma dezena de israelitas que estavam no local e que gritavam: "Nojentos, tenham vergonha".

Nova Iorque, que concentra a maior comunidade judaica do mundo fora de Israel, tem sido palco de protestos desde o início da guerra, com grupos como o 'Jewish Voice for Peace' a juntarem-se aos apelos para um cessar-fogo em Gaza e no Líbano.

A guerra, que teve na segunda-feira o seu 367.º dia, causou, até agora, na Faixa de Gaza, mais de 41.900 mortos, na maioria civis, incluindo cerca de 17.000 menores, 97.000 feridos e mais de 10.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, indicam números atualizados das autoridades locais e que a ONU considera fidedignos.

Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.

O enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica", no "mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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