Israel confirma bases atingidas em ataque iraniano mas nega danos graves
O exército israelita confirmou hoje que várias das suas bases aéreas foram atingidas no ataque iraniano de terça-feira com mísseis balísticos, mas negou quaisquer danos significativos, afirmando não ter havido ataques a aviões ou paióis.
© JACK GUEZ/AFP via Getty Images
Mundo Médio Oriente
"Não houve danos que impedissem as operações da Força Aérea em qualquer momento", declarou o Exército, indicando que os danos em áreas civis foram "mínimos" e causados, na maioria, pelo impacto de restos dos mísseis disparados para intercetar projéteis iranianos.
Escusou-se, contudo, a fornecer pormenores sobre a percentagem de interceções, para "evitar dar ao Irão e ao Hezbollah informação que os ajude a tirar lições", mas insistiu em que o sistema de defesa aérea teve um desempenho "impressionante", noticiou o diário israelita Haaretz.
A Guarda Revolucionária do Irão afirmou que o ataque foi lançado contra bases militares israelitas em torno da cidade israelita de Telavive, em resposta às mortes de Ismail Haniyeh e Hassan Nasrallah, líderes da ala política do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e da milícia xiita libanesa Hezbollah, respetivamente, ambos grupos apoiados por Teerão.
Referiu ainda que 90% dos mísseis lançados no âmbito da operação "True Promise II" atingiram com êxito os seus alvos, incluindo "centros estratégicos israelitas", bases de radares e instalações de organizações envolvidas nos ataques que resultaram na morte de Haniyeh - assassinado no final de julho em Teerão - e Nasrallah, morto na semana passada num bombardeamento na capital do Líbano, Beirute.
Os ataques ocorreram também horas depois de Israel ter anunciado o início de uma ofensiva terrestre no Líbano, após mais de 11 meses de fogo cruzado transfronteiriço com o Hezbollah, desencadeado pela guerra iniciada por Israel na Faixa de Gaza a 07 de outubro de 2023 contra o Hamas, em retaliação ao ataque sem precedentes perpetrado no mesmo dia em território israelita pelo Hamas e outras fações palestinianas.
A escalada do conflito e a abertura de uma segunda frente de batalha de Israel -- com o Líbano -- está a aumentar o medo de uma guerra em grande escala na região do Médio Oriente.
Após o ataque com mísseis, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, o General Herzi Halevi, afiançou que as autoridades israelitas vão responder ao Irão com um ataque que demonstrará as capacidades "precisas e surpreendentes" do país. Por seu lado, o Presidente iraniano, Massud Pezeshkian, advertiu Israel contra um conflito aberto e defendeu a resposta do Irão às ações israelitas na região.
Entretanto, o Hezbollah afirmou ter matado ou ferido "todos os membros de uma força" israelita que se tinha infiltrado hoje no sul do Líbano, durante a sua invasão do país mediterrânico.
"Enquanto uma força inimiga israelita tentava cercar a cidade de Yaroun a partir da direção de Al-Harsh, os 'mujaidines' (combatentes) da resistência islâmica surpreenderam-na às 14h00 locais (12h00 de Lisboa), detonando um engenho especial e matando ou ferindo todos os membros da força", relatou o movimento xiita libanês num comunicado.
A ação foi realizada "em apoio ao nosso inabalável povo palestiniano na Faixa de Gaza, em apoio à sua corajosa e honrosa resistência, em defesa do Líbano e do seu povo, e em resposta à bárbara incursão israelita em cidades e aldeias", sublinha-se na nota.
Até ao momento, o Exército israelita só confirmou a morte em combate de um soldado israelita no sul do Líbano, desde que iniciou uma invasão terrestre do país, na madrugada de terça-feira -- a primeira baixa militar em solo libanês desde a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah.
Hoje, pela primeira vez, o Exército israelita falou já de "disparos à queima-roupa", nos quais assegurou que os seus soldados da 98.ª Divisão, em coordenação com a Força Aérea, eliminaram membros da milícia armada.
O Hezbollah anunciou hoje combates com um grupo de soldados israelitas "infiltrados" na localidade meridional de Maron al-Ras, junto à linha divisória comum, insinuando ter causado mortes.
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