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Walz chocado por recusa de Vance dizer que Trump perdeu em 2020

O candidato democrata a vice-presidente dos EUA Tim Walz mostrou-se chocado durante o debate com J.D. Vance quando o rival se recusou a admitir que Donald Trump perdeu as eleições em 2020. 

Walz chocado por recusa de Vance dizer que Trump perdeu em 2020
Notícias ao Minuto

06:12 - 02/10/24 por Lusa

Mundo Eleições EUA

"Estou bastante chocado com isto. Ele perdeu a eleição. Isso não está em debate", afirmou Walz, depois de perguntar diretamente a Vance se reconhecia o resultado, sem resposta positiva. 

 

"Agentes da polícia foram espancados no Capitólio e alguns vieram a morrer", apontou Walz, lembrando que os invasores pediram a forca para o então vice-presidente Mike Pence por ter certificado a vitória do Presidente dos Estados Unidos Joe Biden.

"A decisão que Mike Pence tomou é a razão pela qual não é ele quem está a debater neste palco", disse Walz.

"Foi a primeira vez que um presidente tentou subverter uma eleição justa e transição do poder", continuou, criticando a "história revisionista" que Vance estava a tentar fazer ao desvalorizar o assalto ao Capitólio. 

O democrata considerou que foi "um ataque à democracia" como nunca antes visto no país e, olhando diretamente para a câmara, fez um apelo aos eleitores: "América, vocês têm aqui uma escolha muito clara. Quem vai honrar a democracia e quem vai honrar Donald Trump?". 

Num debate cordial, em que os dois oponentes chegaram a mostrar empatia um para com o outro, Walz passou em revista as grandes propostas da candidata democrata à presidência, Kamala Harris, e evitou atacar diretamente Vance, optando por mandar farpas a Trump. 

Os temas do aborto, cuidados de saúde e imigração foram os que mais animaram o governador do Minnesota, que criticou o histórico dos republicanos nestas matérias e as propostas de Trump-Vance se vencerem. 

"Somos pró-mulher, a favor de que tomem as vossas decisões", disse Walz, prometendo reinstituir o direito federal ao aborto que foi revogado pelo Supremo Tribunal e entregue aos estados. 

"Como é que uma nação pode dizer que a sua vida e o direito a tomar decisões sobre o seu corpo é determinado pela geografia", questionou Walz. "Somos a favor da liberdade para as mulheres", acrescentou. 

O democrata criticou as tentativas de Trump de eliminar o Affordable Care Act (ACA, também conhecido como Obamacare), que permitiu a mais de 20 milhões de pessoas obterem acesso a seguros de saúde. 

Quando Vance defendeu que Trump tinha melhorado o sistema, Walz rejeitou a alegação e disse que foi o senador republicano John McCain quem salvou o ACA. 

"Quando Trump disse que tinha um conceito de plano para a saúde deu-me vontade de rir", disse Walz, apontando que foi Harris quem conseguiu pela primeira vez a negociação dos preços de 10 medicamentos para baixar os custos dos doentes. 

Na economia, o foco do democrata foi o plano de construir três milhões de casas para combater os preços elevados das rendas e de dar um apoio de 25 mil dólares (22.600 euros) a quem quiser comprar a primeira casa. 

"Esta é uma diferença filosófica. Trump deu cortes de impostos aos mais ricos. Agora está a propor um imposto de 20% sobre tudo o que importarmos", disse Walz, referindo-se às tarifas propostas pelos republicanos. 

O contraste, indicou, é que os democratas "acreditam na classe média" e querem que os mais ricos "paguem a fatia justa". 

Vance tentou ligar a falta de habitação acessível ao aumento da imigração ilegal, algo que Walz refutou.

A imigração foi um tema quente da noite, embora a controvérsia relativa aos migrantes em Springfield, Ohio -- que Vance tinha acusado de comerem animais de estimação --- tenha sido mencionada apenas de passagem. 

"Resolvemos este problema com legislação", disse Walz, apontando que Trump impediu a aprovação de um pacote bipartidário que iria levar muitos mais recursos à proteção da fronteira sul e à resolução dos pedidos de asilo. 

Este foi o último debate que está previsto no ciclo eleitoral. As eleições estão marcadas para 05 de novembro e vários estados já começaram a permitir o voto antecipado e por correspondência.

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