Primeiro-ministro francês preocupado com a dívida colossal do país
O primeiro-ministro francês, Michel Barnier, afirmou hoje que as dívidas "colossais" e em espiral são uma "espada de Dâmocles" que paira sobre as finanças da segunda maior economia da União Europeia, anunciando mais impostos.
© LUDOVIC MARIN/AFP via Getty Images
Mundo Dívida pública
No seu primeiro discurso perante uma Assembleia Nacional francesa bastante dividida, após ser nomeado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, na sequência das eleições legislativas que não produziram uma maioria clara, Michel Barnier expôs as suas intenções políticas, num teste crucial para o seu novo governo minoritário.
"A verdadeira espada de Dâmocles é a nossa dívida financeira colossal", disse Michel Barnier, acrescentando que pode levar a França "à beira do precipício".
Perante protestos dos deputados de esquerda, que ameaçaram tentar derrubar o seu governo, o antigo comissário europeu, de 73 anos, deu prioridade à resolução do problema do endividamento das finanças públicas francesas.
Michel Barnier deixou claro que o seu objetivo é reduzir as despesas, afirmando que a França tem "muito a fazer", mas acrescentando que terão de se "contentar com pouco", anunciando um imposto excecional sobre os mais ricos do país, sem especificar ainda quem se enquadra nesse escalão.
"Os nossos impostos estão entre os mais elevados do mundo", afirmou Barnier, acrescentando que o estado atual das contas do país "exige um esforço limitado durante um período de tempo limitado, que terá de ser partilhado no interesse da justiça fiscal".
Além disso, o primeiro-ministro conservador, que está no cargo há 26 dias, disse que será exigido um esforço contributivo suplementar às "grandes empresas com lucros substanciais".
A França está a ser pressionada pela União Europeia para reduzir a sua dívida. O primeiro compromisso do primeiro-ministro é reduzir o défice para 05% do PIB até 2025 e colocar o país "no caminho certo para voltar a ficar abaixo do limite máximo de 03% até 2029", enquanto o défice deverá atingir 06% este ano.
Este aumento de impostos irá contra a política fiscal do Presidente francês, que consistentemente cortou impostos quando ainda tinha um governo com uma clara maioria na Assembleia Nacional.
Durante o seu discurso, o primeiro-Ministro apelou ainda "à retoma do diálogo" sobre a reforma das pensões, e defendeu que é "imperativo preservar o equilíbrio sustentável" dos sistemas de pensões de repartição.
"Sugerimos que os parceiros sociais considerem ajustes razoáveis e justos à lei", afirmou.
Vários sindicatos, entre eles a Confederação Geral do Trabalho (CGT), apelaram hoje à mobilização em mais de 180 cidades para exigir a revogação da reforma das pensões e o aumento dos salários.
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