Erdogan acusa Israel de alargar conflito em Gaza a toda a região
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou hoje Israel de alargar o conflito na Faixa de Gaza a toda a região, numa fase em que as forças de Telavive dirigem o foco das suas operações para o Líbano.
© REUTERS/Bernadett Szabo
Mundo Médio Oriente
Segundo um comunicado da presidência turca, Erdogan falou hoje por telefone com o primeiro-ministro do Líbano, Nayib Mikati, a quem apresentou as suas condolências pelo sucedido nas últimas horas, referindo-se às vagas de explosões de dispositivos eletrónicos, que já provocaram cerca de 20 mortos e mais de três mil feridos.
"As tentativas de Israel de alargar os conflitos à região são extremamente perigosas", declarou o Presidente turco, que indicou que "os esforços para travar a agressão israelita vão continuar".
A conversa entre os dois líderes aconteceu no dia em que o Líbano registou uma segunda vaga de explosões de dispositivos eletrónicos, após a detonação de milhares de 'pagers' terem provocado na terça-feira 12 mortos e cerca de 2.800 feridos.
Hoje, foram relatadas explosões de 'walkie-talkies' e também de painéis solares domésticos, num aparente ataque contra membros do Hezbollah.
Os incidentes de hoje, nos subúrbios de Beirute e noutros pontos do país, já custaram a vida a pelo menos nove pessoas e ferimentos noutras 300, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.
O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, anunciou hoje, durante uma visita a militares da Força Aérea, "uma nova fase" da guerra, adiantando que o foco de Israel está a deslocar-se para o norte do país, para onde estão a ser enviados "forças e recursos".
Gallant não fez qualquer referência às explosões de dispositivos eletrónicos no Líbano registadas desde terça-feira.
Por seu lado, o líder das Forças Armadas, Herzi Halevi, reuniu-se hoje com o chefe do Comando do Norte e aprovou "planos de ataque e defesa" na região que abrange a fronteira com o Líbano, segundo um comunicado do Exército.
Esta região tem sido palco de tiros cruzados de Israel e do Hezbollah desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 07 de outubro, entre as forças israelitas e o grupo islamita palestiniano Hamas, aliado do grupo xiita libanês.
"Temos muitas capacidades que ainda não ativámos", disse o responsável militar, que acrescentou que "as próximas duas fases já estão preparadas, e em cada fase o preço para o Hezbollah deverá ser elevado".
Também o primeiro-ministro israelita se referiu hoje à fronteira com o Líbano, ao comprometer-se com o regresso de milhares de deslocados do país às suas casas.
"Já disse que devolveremos os residentes do norte [de Israel] em segurança às suas casas e é exatamente isso que faremos", declarou Netanyahu numa breve mensagem de vídeo.
O Governo libanês e o Hezbollah acusaram Israel na terça-feira de estar por detrás das detonações, mas Telavive apenas comentou que acompanha a situação no país vizinho e não assumiu responsabilidade pelas explosões.
O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se de urgência na sexta-feira para debater a série de explosões de 'pagers' e outros dispositivos no Líbano, anunciou hoje presidência eslovena do organismo.
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