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Ministro israelita diz que legado de Borrell é "o antissemitismo"

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, atacou hoje o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, na rede social X, considerando que o seu legado será o do "antissemitismo e ódio a Israel".

Ministro israelita diz que legado de Borrell é "o antissemitismo"
Notícias ao Minuto

19:43 - 13/09/24 por Lusa

Mundo Israel Katz

Na sua mensagem, escreveu "na mesma semana em que EUA, Alemanha, França e Reino Unido impuseram sanções ao setor da aviação do Irão, depois de os seus envios de mísseis ameaçarem a Europa, o Alto Representante cessante da União Europeia [UE] para as Relações Externas @JosepBorrellF está ocupado com campanhas de ódio contra Israel".

 

Katz juntou uma fotografia manipulada em que se vê Borrell sorridente, com a bandeira do Irão e com o corpo fundido com o do líder supremo da República Islâmica, o aiatola Ali Khamenei.

No seu texto, acusou também Borrell de não fazer com que a UE se junte às sanções contra o Irão, apesar de o próprio Borrell ter garantido hoje que o bloco europeu está a discutir a imposição de sanções ao setor da aviação iraniano, depois de Teerão ter fornecido mísseis balísticos a Moscovo.

Borrell tem sido uma das vozes mais críticas de Israel, pela sua ofensiva militar na Faixa de Gaza desde 07 de outubro passado, que já causou mais de 41 mil mortos no devastado enclave palestiniano, controlado pelo movimento islamita Hamas.

O alto representante da UE para as Relações Externas respondeu depois ao chefe da diplomacia israelita, numa conferência de imprensa em Madrid, recordando as palavras do antigo secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, segundo as quais "assim que se discute com o governo israelita do dia e não se concorda a 90% com as suas posições, é-se automaticamente acusado de antissemitismo".

"Esta palavra não deve ser desvalorizada (...) Acusar de antissemitismo quem não concorda com a posição de um governo não faz sentido. O antissemitismo repugna-me e o povo judeu tem sido perseguido. Não me vou dar ao trabalho de refutar este tipo de rótulos, que caem pelo seu próprio peso", afirmou.

Sobre a questão das sanções contra o Irão, Borrell acusou Katz de "não estar bem informado".

"O ministro ou não está bem informado ou não quer saber se não está bem informado. Na semana passada, propusemos ao Conselho que debatesse uma proposta adicional de sanções contra o Irão", afirmou Borrell.

Na quinta-feira, depois de pelo menos seis trabalhadores da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) terem sido mortos por um bombardeamento israelita a uma escola gerida pela entidade no centro da Faixa de Gaza, Borrell manifestou a sua indignação pelo ataque.

"O desprezo dos princípios básicos do direito humanitário internacional, especialmente a proteção de civis, não pode nem deve ser aceite pela comunidade internacional", disse.

A guerra no Médio Oriente eclodiu depois de o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) ter lançado uma ofensiva contra Israel, em 7 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e 240 reféns, e provocou uma resposta israelita sangrenta na Faixa de Gaza, que já causou mais de 41.000 mortos, segundo as autoridades locais.

O Irão desempenha um papel importante neste contexto enquanto um dos principais aliados do Hamas, tendo mesmo aberto novas frentes contra Israel, lançando ataques no seu território. Por outro lado, Teerão é acusado de fornecer armas a Moscovo na sua guerra contra Kyiv, o que levou a sanções por parte de várias potências ocidentais.

[Notícia atualizada às 20h11]

Leia Também: "Mentira". Israel rejeita acusações da UE sobre deslocação na Cisjordânia

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