Ação Islâmica vence legislativas na Jordânia sem maioria no parlamento
A Frente de Ação Islâmica (FAI), braço político da Irmandade Muçulmana e principal partido da oposição na Jordânia, venceu sem maioria as legislativas neste país, num contexto de economia em dificuldades e impacto da guerra na Faixa de Gaza.
© Soeren Stache/picture alliance via Getty Images
Mundo Jordânia
Nas eleições realizadas na terça-feira, a FAI conquistou 31 dos 41 lugares reservados aos partidos políticos (num total de 138) no futuro parlamento que goza de poderes limitados, de acordo com os resultados anunciados hoje pela comissão eleitoral.
A maioria regressou, como é habitual, aos líderes tribais, empresários ou ex-soldados leais à monarquia.
O líder da Comissão Eleitoral Independente, Moussa Al-Maaytah, declarou em conferência de imprensa que o resultado ilustrou "o apego do Estado jordano ao pluralismo político (...) e à participação dos seus cidadãos na tomada de decisões".
Vinte e sete mulheres terão assento no parlamento, após uma votação marcada por uma forte abstenção.
"Estamos felizes com estes resultados e com a confiança que o povo jordano depositou em nós. Estas eleições marcam um passo importante no desenvolvimento do nosso sistema político", afirmou Wael al-Saqa, secretário-geral da FAI, que prometeu mobilizar esforços para apoiar a Faixa de Gaza e a causa palestiniana.
A Jordânia, que possui uma grande parte da população de origem palestiniana, tem apelado para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, ao fim de mais de 11 meses de guerra.
O país, vizinho de Israel e da Cisjordânia ocupada, sofreu um grande declínio no turismo após o início da guerra, um setor que representa 14% do seu Produto Interno Bruto (PIB).
Na terça-feira, cerca de 1,6 milhões de jordanos votaram entre os 5,1 milhões registados para votar, segundo a comissão eleitoral.
Estas são as primeiras eleições desde a adoção de uma nova lei em janeiro de 2022 que aumentou o número de lugares no parlamento de 130 para 138, subiu a quota reservada às mulheres (de 15 para 18) e reduziu a idade mínima dos candidatos.
Além dos 138 deputados, o parlamento conta com 69 senadores designados pelo rei.
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