Netanyahu garante ouvir famílias dos reféns após conversa tensa com pai
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu hoje que escuta os familiares dos reféns raptados pelo movimento islamita palestiniano Hamas, depois de uma conversa tensa com o pai de um dos sequestrados que morreu na Faixa de Gaza.
© Andrew Harnik/Getty Images
Mundo Médio Oriente
"A minha mulher e eu participamos em reuniões comoventes que simplesmente nos partem o coração", sublinhou Netanyahu, acrescentando que escuta as famílias sem julgar e fará "todo o possível para devolver os reféns" a casa.
As suas palavras surgem depois de ter sido transmitida, nos meios de comunicação israelitas, uma gravação de uma conversa entre o primeiro-ministro e o rabino ortodoxo Elhanan Danino, pai de Uri Danino, um refém que morreu na Faixa de Gaza.
Na conversa, o rabino acusa Netanyahu de "ter equipado o Hamas com túneis e dólares".
"Tudo aconteceu enquanto esteve no cargo", frisou.
Danino criticou ainda o primeiro-ministro por estar mais preocupado com a sua sobrevivência política do que com o futuro do país.
"Parem de se preocupar com a conquista de lugares, com as urnas. Já chega", destacou, segundo noticiou o jornal 'The Times of Israel'.
A tensa troca de palavras ocorreu quando Netanyahu ligou para a família de Uri Danino, cujo corpo foi devolvido a Israel depois de as forças israelitas o terem encontrado num túnel de Rafah, juntamente com os restos mortais de outros cinco reféns, incluindo um cidadão israelo-americano.
Uri Danino, de 25 anos, foi raptado em 07 de outubro por milícias palestinianas durante o festival de música eletrónica Supernova.
A princípio fugiu do local, mas depois voltou para ajudar vários participantes a escapar.
O Hamas realizou em 07 de outubro, em território israelita, um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.
A guerra, que hoje entrou no 343.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza cerca de 41.000 mortos (quase 2% da população) e pelo menos 94.761 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
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