Guarda Revolucionária iraniana nega envio de mísseis para a Rússia
Um alto comandante da Guarda Revolucionária iraniana negou hoje que o Irão esteja a fornecer mísseis balísticos à Rússia para serem usados na guerra na Ucrânia, alegação que a União Europeia (UE) está a analisar.
© Reuters
Mundo Ucrânia
"Nenhum míssil foi enviado para a Rússia e qualquer alegação nesse sentido é uma guerra psicológica", disse o vice-comandante do quartel-general de Khatam al-Anbiya, general Fazlollah Nozari, em declarações veiculadas pela agência de notícias ILNA.
"A posição da República Islâmica do Irão sobre a guerra na Ucrânia, que tem sido repetidamente anunciada, é que não apoia nenhuma das partes envolvidas", acrescentou o oficial militar de Khatam al-Anbiya, o quartel-general unificado das Forças Armadas iranianas.
A poderosa Guarda Revolucionária é responsável pela supervisão do programa de mísseis balísticos do Irão.
Meios de comunicação social norte-americanos, como o The Wall Street Journal, noticiaram recentemente o envio de mísseis balísticos de curto alcance para a Rússia, citando funcionários norte-americanos e europeus.
O Governo iraniano negou repetidamente o fornecimento de armas a Moscovo, sendo exemplo disso as declarações de hoje.
"Rejeitamos veementemente as alegações sobre o papel do Irão na exportação de armas para uma das partes na guerra na Ucrânia e consideramos que estas alegações e afirmações são o resultado da agenda política daqueles que as fazem", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kanani, numa conferência de imprensa.
Apesar dos repetidos desmentidos, a UE está atualmente a analisar "informações credíveis" fornecidas pelos Estados-membros sobre a entrega de mísseis balísticos à Rússia pelo Irão para serem utilizados na guerra na Ucrânia.
"Estamos cientes de informações credíveis fornecidas por aliados sobre a entrega de mísseis balísticos iranianos à Rússia", disse o porta-voz da diplomacia da UE, Peter Stano, à agência espanhola EFE.
Nos últimos anos, o Irão e a Rússia reforçaram as relações bilaterais em vários domínios, como o político, o militar e o económico, numa altura em que os dois países enfrentam as sanções económicas dos Estados Unidos.
No passado, os Estados Unidos e a União Europeia acusaram Teerão de fornecer 'drones' a Moscovo, algo que o Irão também tem vindo a negar repetidamente, apesar das provas apresentadas pela Ucrânia.
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