Filipinas "não pensam" extraditar fundador de seita procurado pelos EUA
As Filipinas "não tencionam", nesta fase, extraditar o fundador de uma seita procurado pelos Estados Unidos por abuso sexual de crianças e mulheres jovens, declarou hoje o Presidente filipino, Ferdinand Marcos, após a detenção do suspeito.
© Ezra Acayan/Getty Images
Mundo Apollo Quiboloy
Apollo Quiboloy, um autoproclamado "filho de Deus" que foi conselheiro espiritual do ex-presidente Rodrigo Duterte, fundou a seita Reino de Jesus Cristo (KOJC) nas Filipinas.
Na sequência de uma caça ao homem, o suspeito foi detido com quatro membros da seita na sede da organização, em Davao, no sul do país, depois de negociações entre representantes de Quiboloy, a polícia e o exército.
"De momento, não estamos a considerar a extradição. Estamos a concentrar-nos nas queixas apresentadas nas Filipinas", declarou Marcos aos jornalistas, à margem de uma conferência em Manila.
As autoridades filipinas não disseram se os Estados Unidos tinham pedido a extradição de Quiboloy, de pelo menos 74 anos de idade, de acordo com a agência federal de investigação norte-americana FBI.
Em novembro de 2021, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou Apollo Quiboloy e dois homens de exploração sexual de raparigas e mulheres jovens, com idades compreendidas entre os 12 e os 25 anos, entre 2002 e, pelo menos, 2018.
De acordo com a acusação, o suspeito levou as mulheres para os Estados Unidos como assistentes pessoais antes de as obrigar a ter relações sexuais com ele sob pena de "condenação eterna".
Quiboloy, cuja seita tem milhões de seguidores, é acusado de violência sexual contra crianças e adultos e tráfico de seres humanos. É igualmente procurado pelos Estados Unidos por ter transferido dinheiro ilícito e por ter levado ilegalmente membros da seita para os Estados Unidos.
Ferdinand Marcos felicitou a polícia pela detenção do pastor.
"Vamos mais uma vez mostrar ao mundo que o nosso sistema judicial é ativo, dinâmico e funciona bem", afirmou.
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