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Sudão rejeita apelo da ONU para uma força de intervenção imparcial

O governo sudanês rejeitou "na totalidade" um recente relatório de peritos da ONU que apelava ao envio de uma força imparcial para proteger os civis no país.

Sudão rejeita apelo da ONU para uma força de intervenção imparcial
Notícias ao Minuto

14:22 - 08/09/24 por Lusa

Mundo Sudão

O executivo descreve o Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) como um "organismo político e ilegal".

 

"O governo sudanês rejeita na totalidade as recomendações da missão da ONU", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, num comunicado emitido no sábado à noite, descrevendo-as como uma "violação flagrante do seu mandato".

Apelando ao "envio imediato" de uma força "independente e imparcial" para proteger os civis, os peritos da ONU afirmaram, na sexta-feira, que tinham sido cometidos "crimes de guerra e crimes contra a humanidade" no Sudão.

A guerra, que já fez dezenas de milhares de mortos, eclodiu em abril de 2023 entre o exército liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane e as forças paramilitares de apoio rápido, comandadas pelo seu antigo adjunto Mohamed Hamdane Daglo.

"A proteção dos civis continua a ser uma prioridade absoluta para o governo sudanês", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, ao acusar as "milícias de visarem sistematicamente os civis e instituições civis".

O ministério estimou que "o papel" do Conselho dos Direitos Humanos deveria ser o de "apoiar o processo nacional, em vez de procurar impor um mecanismo externo diferente", e rejeitou o pedido de embargo de armas feito pelos peritos.

A publicação deste relatório a poucos dias de uma sessão do Conselho dos Direitos do Homem "demonstra a falta de profissionalismo e de independência do comité e confirma que se trata de um órgão político e ilegal", referiu esta fonte.

A guerra, que deslocou mais de 10 milhões de pessoas, nomeadamente nos países vizinhos, provocou também uma crise humanitária muito grave, segundo a ONU.

Leia Também: ONU acusa partes beligerantes de crimes de guerra e apela à proteção

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