Ministro do Interior acusa líder da oposição de causar apagão de energia
O ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello Rondón, acusou hoje a líder da oposição, María Corina Machado, de causar o recente ataque à rede energética, que provocou um apagão na sexta-feira, e de recrutar menores para os protestos antigovernamentais.
© Marcos del Mazo/LightRocket via Getty Images
Mundo Venezuela
"O setor fascista da senhora María Corina Machado e todos aqueles que a rodeiam. Ela é diretamente responsável por estes ataques", frisou o ministro e vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), durante o seu programa televisivo.
O apagão de sexta-feira deveu-se a uma avaria na central hidroelétrica Simón Bolívar, a maior da Venezuela. O país inteiro ficou às escuras, lembrando a grande interrupção de 2019, que durou cinco dias.
Diosdado Cabello Rondón destacou que os ataques prejudicam todos os venezuelanos sem exceção.
O ministro acusou ainda Machado de "recrutar menores" para participarem em ações violentas.
"Há uma investigação porque há menores que têm vestígios de pólvora nas mãos e há pessoas falecidas no local onde aquele jovem foi detido e é essa a investigação que está a ser feita. Não estamos a perseguir ninguém. Não raptámos ninguém", sublinhou.
O ministro do Interior frisou ainda que alguns menores foram libertados sob medidas cautelares onde "os pais assumem a responsabilidade pelas ações dos seus filhos".
"A senhora María Corina Machado é uma fascista, é uma assassina de crianças, leva-as à morte, eles não se importam absolutamente nada, enquanto os seus filhos estão nos Estados Unidos a viver como pequenos reis", acrescentou.
Já Maria Corina Machado acusou o Presidente do país, Nicolás Maduro, de ter condenado os jovens "à violência e à prisão".
A organização não-governamental (ONG) Foro Penal adiantou que 86 dos mais de cem menores detidos nos protestos desde 28 de julho já foram libertados.
De acordo com os números oficiais, mais de 2.400 pessoas foram detidas desde 29 de julho, algumas em manifestações e outras em operações policiais, e 25 foram mortas em atos de violência que o Governo atribui à oposição, enquanto a oposição antichavista culpa as forças de segurança do Estado.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Leia Também: Uruguai junta-se a denúncia contra Maduro no Tribunal Penal Internacional
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com