"Apesar dos inúmeros esforços, o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) ainda não conseguiu levar ajuda humanitária para a cidade", alertou a organização num comunicado de imprensa.
O CICV apelou às partes em conflito para que respeitem as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional e facilitem o acesso à assistência humanitária, que pode salvar vidas.
"As principais rotas de abastecimento em torno de Al Fasher permanecem inacessíveis e os camiões humanitários e comerciais não podem transportar bens de primeira necessidade, como alimentos e material médico", lamentou.
Ao mesmo tempo, centenas de milhares de pessoas deslocadas, que perderam os seus meios de subsistência e o acesso a terrenos agrícolas em locais como o campo de Zam Zam, passam fome, uma vez que a escassez de alimentos está a tornar-se crítica, alertou.
"As organizações humanitárias têm de conseguir chegar às comunidades vulneráveis de Zam Zam e de outros locais com bens de primeira necessidade antes que seja demasiado tarde", exortou.
O comité pediu também que sejam abertas mais rotas de abastecimento, para que se garanta a entrada, segura e desimpedida, de assistência humanitária e de circulação de bens essenciais.
A organização não-governamental (ONG) congratulou ainda a decisão das autoridades sudanesas em reabrir a passagem de Adre, na fronteira com o Chade, durante três meses, para facilitar a entrega de ajuda humanitária na região do Darfur.
"Trata-se de um primeiro passo positivo, mas recordamos a todas as partes que os três meses coincidem com a estação das chuvas, o que naturalmente complica o acesso devido às chuvas intensas e às inundações repentinas. Exortamos as partes a manterem a travessia de Adre aberta para assegurar o fluxo de ajuda", concluiu.
A guerra no Sudão, que teve início em abril de 2023, já causou entre 30 mil e 150 mil mortos, segundo diferentes estimativas, e uma das maiores crises de deslocados do planeta.
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