Taiwan quer reforçar cooperação com EUA face à pressão da China
Taiwan quer reforçar a cooperação com os Estados Unidos "face à expansão do autoritarismo", anunciou hoje o Presidente da ilha, William Lai, referindo-se à crescente pressão militar da China.
© An Rong Xu/Bloomberg via Getty Images
Mundo Taiwan
"Taiwan continuará a esforçar-se, juntamente com os Estados Unidos, para proteger a democracia e a liberdade, permitindo que a luz da democracia em Taiwan continue a brilhar no mundo", disse Lai a quatro congressistas democratas norte-americanos de visita a Taipé.
A China e Taiwan vivem autonomamente desde 1949, quando o governo nacionalista da então República da China se refugiou na ilha no rescaldo da vitória do Partido Comunista Chinês na guerra civil.
Em 01 de outubro de 1949, o líder comunista Mao Zedong (ou Mao Tse-tung) proclamou a República Popular da China, cujo governo foi reconhecido pela ONU, em 1971, como o único representante legítimo da China.
O regime de Pequim considera Taiwan uma província rebelde e ameaça tomá-la pela força se a ilha, com cerca de 24 milhões de habitantes, declarar formalmente a independência.
A ilha está separada da China pelo Estreito de Taiwan, com 130 quilómetros de distância no ponto mais próximo, que é uma das principais rotas de passagem das mercadorias da região para os mercados mundiais.
"A segurança do Estreito de Taiwan é crucial para a estabilidade e a prosperidade globais", disse Lai aos congressistas norte-americanos, citado pela agência espanhola EFE.
"Como membro responsável da comunidade internacional, Taiwan manterá o 'status quo' com dignidade", acrescentou, referindo-se à situação de autonomia em relação à China.
Lai, considerado um independentista por Pequim, reiterou ainda o empenho na reforma das forças armadas taiwanesas e na cooperação com os parceiros de Taiwan para salvaguardar a "paz e a estabilidade" no estreito.
A congressista do estado de Washington Marilyn Strickland afirmou que a relação entre os Estados Unidos e Taiwan é inquebrável por partilharem muitos valores democráticos.
Referiu a existência de "forças hostis em todo o mundo que procuram minar a democracia, utilizando a desinformação para influenciar as eleições nos países democráticos" e prejudicar as relações com os aliados de Washington.
"Os Estados Unidos não ficarão de braços cruzados e estarão ao lado de Taiwan e de outros países democráticos para promover os valores da democracia e da liberdade", afirmou.
A delegação de congressistas chegou a Taiwan no domingo, em mais uma visita de representantes norte-americanos que desagrada à China.
As visitas regulares continuaram após a crise entre Pequim e Washington provocada pela viagem a Taipé, em agosto de 2022, da então presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, que enfureceu a China.
O Ministério da Defesa Nacional de Taiwan disse hoje que 16 caças chineses atravessaram de manhã a bacia hidrográfica do estreito e entraram na autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan (ADIZ).
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