Israel tira estatuto diplomático a representantes da Noruega na Palestina
Israel anunciou hoje a revogação do estatuto diplomático dos representantes da Noruega junto da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), em resposta às medidas "unilaterais e anti-israelitas" do Governo norueguês, incluindo o reconhecimento do Estado palestiniano.
© ATTILA KISBENEDEK/AFP via Getty Images
Mundo Médio Oriente
"Aqueles que nos atacam e seguem uma política unilateral contra nós pagarão um preço", afirma o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, na carta enviada à embaixada norueguesa em Telavive.
Katz explicou que a decisão surge no contexto de "uma série de medidas unilaterais e anti-israelitas por parte do governo norueguês, incluindo o reconhecimento de um Estado palestiniano, a adesão ao processo contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça [TIJ] e declarações graves de altos funcionários noruegueses".
O embaixador norueguês em Israel, Per Egil Selvaag, foi convocado hoje ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo-lhe sido entregue uma nota diplomática informando a Noruega da reação israelita, e que lhe revogará o estatuto diplomático dentro de sete dias.
A embaixada norueguesa acolhe um grupo de oito diplomatas, cujas funções visam representar o país junto da Autoridade Palestiniana, tendo Katz ordenado o corte "imediato" da ligação com aquela entidade, que governa pequenas partes da Cisjordânia mas é reconhecida pela comunidade internacional como interlocutor legítimo do povo palestiniano, saída dos Acordos de Oslo.
"Esta medida é particularmente dolorosa para a Noruega, que tenta envolver-se o mais possível na questão palestiniana e preside à conferência dos países que doam dinheiro à Autoridade Palestiniana", declarou o ministro Katz.
A Noruega, juntamente com a Irlanda e a Espanha, reconheceu unilateralmente o Estado palestiniano a 28 de maio, criando uma divisão sobre a questão na União Europeia (UE) e provocando a ira de Israel, que prometeu retaliar.
O consulado espanhol em Jerusalém, um dos históricos na Terra Santa, fundado em 1853, foi também intimado por Israel a "cessar a prestação de serviços aos palestinianos na Cisjordânia", uma vez que a instituição, entre outras coisas, funciona de facto como uma embaixada na Palestina, embora o seu estatuto seja diferente do da Noruega.
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