O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) deu como vencedor Nicolás Maduro.
Em comunicado de imprensa citado pela agência de notícias EFE, as duas Organizações Não Governamentais (ONG) alertaram "com preocupação" para o aumento da "violência e repressão, resultante das ações das forças de segurança do Estado, dos civis armados, conhecidos como coletivos, e dos grupos que compõem o Sistema de Proteção Popular para a Paz".
Na sequência dos protestos que ocorreram na Venezuela entre segunda-feira e terça-feira, as duas ONG indicam o registo da participação de "civis armados, em ações repressivas de intimidação, assédio e controlo social em coordenação, ou com a concordância de oficiais das forças de segurança do Estado".
O OVCS refere que documentou 915 protestos de cidadãos em todo o país entre 29 e 30 de julho, com um total de 138 manifestações "reprimidas", e nas quais "foi observada a presença de civis armados, coletivos, em pelo menos 119".
"Apelamos à comunidade internacional e aos organismos internacionais de proteção dos direitos humanos para que acompanhem os acontecimentos na Venezuela e exortem o Estado venezuelano a garantir, respeitar e proteger o exercício dos direitos civis e políticos", afirmaram.
Exigiram também a cessação das ações de "civis armados em funções de controlo da ordem pública", assim como apelam para que as agências de segurança cumpram as normas de uso progressivo e diferenciado da força, "e protejam os direitos à vida e à integridade das pessoas".
Os protestos começaram em várias partes do país na passada segunda-feira, quando a CNE declarou Maduro vencedor das eleições, um resultado que a maior coligação da oposição - a Plataforma Democrática Unida (PUD) - considera fraudulento, uma vez que afirma ter mais de 80% dos resultados eleitorais que - insistem - provam a vitória do seu candidato, o ex-embaixador Edmundo González Urrutia.
O resultado foi ratificado esta sexta-feira com 96,87% dos boletins de voto contados, segundo o balanço apresentado pelo CNE, pelo qual Maduro foi reeleito com 51,95% dos votos, enquanto González Urrutia obteve 43,18%.
Segundo o governo venezuelano, mais de 1.200 pessoas foram detidas por causa destas manifestações, algumas das quais, segundo o governo, são "terroristas", enquanto a ONG Foro Penal contabilizou 891 detidos, incluindo 89 adolescentes, assim como 11 civis mortos e um militar.
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