Prisioneiros russos libertados dizem que acordo de troca dá esperança
"Estava na Sibéria há apenas uma semana" e "agora estamos aqui no maravilhoso rio Reno", afirmou Vladimir Kara-Murza.
© INA FASSBENDER/AFP via Getty Images
Mundo Rússia
Os dissidentes russos Vladimir Kara-Murza, Ilya Yashin e Andrei Pivovarov, recém-libertados numa troca de prisioneiros, deram esta sexta-feira uma conferência de imprensa na Alemanha, na qual frisaram que o acordo dá esperança a quem ainda está detido
Dois dos ativistas instaram o mundo a distinguir entre o povo russo e o seu presidente, ao agradecerem a todos os que ajudaram a garantir a sua libertação e a de outros 14 prisioneiros políticos das prisões russas.
Vladimir Kara-Murza começou por dizer que é a segunda vez que pensa estar "num filme". "Estava na Sibéria há apenas uma semana" e "ontem em Lefortovo" e "estamos aqui agora no maravilhoso rio Reno. É algo surreal".
Reconheceu também que o Chanceler Olaf Scholz tomou uma decisão difícil ao libertar um assassino russo para conseguir a sua libertação: "Esta não foi uma decisão fácil para a Alemanha". Sublinhando, no entanto, que "decisões fáceis são tomadas por ditadores", mas que a "diferença entre ditadura e democracia é que a vida humana é o valor máximo da democracia".
"Há muitas pessoas na Rússia que são contra a guerra, que não acreditam na propaganda do Kremlin", continuou Kara-Murza, detido desde 2022. Cumpria uma pena de 25 anos de prisão até ser libertado esta quinta-feira. "Não acreditem nas mentiras disseminadas pela propaganda do Kremlin", acrescentou.
"É errado associar o povo russo às políticas do governo", disse ainda Andrei Pivovarov, citado pela Reuters, acrescentando que a sua tarefa era trabalhar para tornar a Rússia "livre e democrática". Alguns dos prisioneiros detidos tiveram a vida salva pela troca, reconheceu.
Os Estados Unidos e vários aliados europeus efetuaram na quinta-feira uma troca de prisioneiros com a Rússia, a maior desde a Guerra Fria: 16 foram libertados da Rússia para regressarem a casa e oito foram libertados de prisões norte-americanas e europeias para a Rússia.
Entre os que foram recebidos por Washington estavam os jornalistas Evan Gershkovich e Alsu Kurmasheva.
Whelan, detido desde 2018, foi condenado a 16 anos de prisão por espionagem, enquanto Gershkovich, jornalista do The Wall Street Journal, foi detido em março de 2023 na Rússia e tinha sido condenado no mês passado também a 16 anos de prisão.
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