Um dos funcionários moldavos é suspeito de traição por alegadamente ter recolhido e fornecido informações a um funcionário de uma embaixada que poderiam ser utilizadas contra os interesses da Moldova, indicou o gabinete do procurador para o combate ao crime organizado e casos especiais.
O outro é acusado de conspirar contra o país para benefício pessoal.
Um dos suspeitos trabalha no parlamento e o outro na polícia de fronteira.
Ambos foram detidos no início desta semana durante 72 horas e estavam alegadamente a colaborar com uma embaixada estrangeira na capital da Moldova, Chisinau. As autoridades não indicaram qual o país em causa.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros disse hoje que convocou o embaixador da Rússia, Oleg Vasnetsov, para o informar de que um funcionário da embaixada, não identificado, era um "colaborador" que foi declarado 'persona non grata' e deve deixar o país.
Segundo o ministério, foram obtidas informações e provas "que atestam a realização no território da República da Moldova (...) de atividades incompatíveis com o estatuto diplomático".
Este é o mais recente conflito diplomático a afetar os laços cada vez mais tensos entre a Rússia e a Moldova, cujo governo pró-ocidental se opôs firmemente à guerra em grande escala da Rússia na vizinha Ucrânia.
Em março deste ano, Chisinau expulsou outro diplomata russo depois de o Kremlin (presidência russa) ter aberto seis mesas de voto na região separatista pró-Rússia da Moldova, a Transnístria, para as eleições presidenciais, contra a vontade das autoridades moldavas.
A Rússia tinha anteriormente concordado em abrir apenas uma mesa de voto na sua embaixada em Chisinau.
As autoridades moldavas acusaram repetidamente a Rússia de conduzir uma "guerra híbrida" contra o seu país, financiando protestos antigovernamentais, interferindo nas eleições locais e realizando vastas campanhas de desinformação para tentar derrubar o governo e fazer descarrilar o país do seu caminho para a plena adesão à UE.
A Moldova deverá realizar um referendo sobre a adesão à UE e eleições presidenciais no próximo outono.
Em meados de dezembro de 2023, o Conselho Europeu decidiu abrir negociações formais de adesão à UE com a Moldova, mas também com a Ucrânia.
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