Empresas checas vão produzir armamento em território ucraniano
Empresas de armamento checas vão produzir espingardas de assalto e munições na Ucrânia, anunciou hoje o primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmygal, durante uma visita a Praga.
© Getty Images
Mundo Denys Chmygal
A produção resulta de acordos assinados pela Ucrânia com os grupos checos Sellier & Bellot e Colt CZ.
"É importante para abastecer o nosso exército", afirmou Chmygal, referindo-se ao acordo com o grupo Sellier & Bellot, citado pela agência francesa AFP.
O acordo prevê a construção de uma fábrica de munições na Ucrânia.
"O segundo acordo diz respeito à produção de espingardas de assalto na Ucrânia pelo grupo Colt CZ", acrescentou Chmygal, que falava ao lado do primeiro-ministro checo, Petr Fiala.
Não foi imediatamente anunciado um calendário exato.
"Para nós, é importante continuar a apoiar a Ucrânia na luta pela soberania, independência e integridade territorial. Mas estamos bem conscientes de que está também a lutar pela segurança da Europa", afirmou Fiala.
A Ucrânia, cujo esforço de guerra está fortemente dependente da ajuda ocidental, quer desenvolver a indústria militar para poder produzir munições e armamento e contar com as suas forças para enfrentar os invasores russos.
O grupo franco-alemão de armamento KNDS, que fabrica canhões Caesar, anunciou no início de junho a criação de uma filial na Ucrânia para aí produzir, a prazo, equipamentos e peças sobresselentes.
A construção de armamento na Ucrânia é tanto mais importante quanto a ajuda ocidental sofreu vários bloqueios no final de 2023 e início deste ano, devido a disputas políticas e a problemas logísticos, segundo a AFP.
Há ainda um grande problema a resolver em termos do desenvolvimento de uma indústria militar, uma vez que todo o território ucraniano está ao alcance dos mísseis e 'drones' russos.
Há meses que a Ucrânia exige que o Ocidente lhe forneça um grande número de sistemas de defesa antiaérea para que se possa defender de ataques e proteger locais estratégicos, infraestruturas civis e cidades.
Praga é um dos principais parceiros de Kiev e o Governo checo dinamizou uma iniciativa internacional para comprar cartuchos de artilharia para a Ucrânia fora da Europa.
A decisão foi tomada depois de a União Europeia não ter conseguido entregar à Ucrânia um milhão de munições que tinha prometido até ao final de março.
A iniciativa envolve 18 países, incluindo Canadá, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos e Portugal.
Os promotores angariaram cerca de 1,8 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros, ao câmbio atual) para comprar 500 mil cartuchos este ano.
A República Checa anunciou que espera aumentar o total para 800.000 cartuchos.
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