Hungria critica decisão de Bruxelas se recusar a viagem a Budapeste

A presidência húngara rotativa da União Europeia (UE) criticou hoje a decisão, baseada em "considerações políticas", de a Comissão Europeia "escolher a dedo" as instituições comunitárias ao recusar participar na habitual viagem de arranque da liderança semestral.

Hungarian minister for EU Affairs Janos Boka press conference on Hungarian presidency of the Council of the EU

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Lusa
15/07/2024 20:00 ‧ 15/07/2024 por Lusa

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"A UE é uma organização internacional constituída pelos seus Estados-membros, a Comissão Europeia é uma instituição da UE [...] e não pode escolher a dedo as instituições e os Estados-membros com os quais quer cooperar", reagiu o ministro húngaro para os Assuntos Europeus, Bóka János, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

 

"Será que todas as decisões da Comissão se baseiam agora em considerações políticas?", questionou o responsável, reagindo ao anúncio de que a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, decidiu não realizar a habitual visita do colégio de comissários ao país que acolhe a presidência rotativa da UE, a Hungria, rejeitando também representação de alto nível devido às recentes polémicas.

De acordo com Bóka János, Budapeste "continua empenhado numa cooperação sincera com os Estados-membros e as instituições da UE", sendo que todos "foram convidados a participar em eventos da presidência destinados a enfrentar desafios comuns".

"Esta tarefa e responsabilidade são partilhadas por todos os Estados-membros e instituições", adiantou.

A recusa de a presidente da Comissão Europeia se deslocar a Budapeste para a habitual visita do colégio de comissários ao país que acolhe a presidência rotativa, com o qual Bruxelas tem diferendos, foi hoje anunciada.

"Tendo em conta os recentes acontecimentos que marcam o início da presidência húngara [do Conselho da UE], a presidente decidiu que a Comissão Europeia será representada a nível de altos funcionários apenas durante as reuniões informais do Conselho", informou o porta-voz principal do executivo comunitário, Eric Mamer, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

"A visita do colégio [de comissários] à presidência não se realizará", adiantou o responsável, numa alusão à viagem que se deveria realizar no arranque da liderança semestral da Hungria, que começou no início de julho.

A posição surge dias depois de os embaixadores dos países junto da UE terem discutido o papel da presidência húngara rotativa do Conselho, perante uma preocupação crescente nas capitais sobre as polémicas deslocações do primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban.

A 01 de julho, a Hungria assumiu a presidência rotativa do Conselho da UE, que vai liderar até final do ano, e desde então o primeiro-ministro húngaro já realizou deslocações oficiais à Ucrânia, à Rússia, ao Azerbaijão e países vizinhos e à China, tendo ainda mantido contactos com a Turquia.

As visitas, e sobretudo o encontro em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, geraram várias críticas em Bruxelas e as garantias de que as iniciativas têm ocorrido no quadro das relações bilaterais e não em representação europeia.

Perante as recentes polémicas, algumas bancadas parlamentares (como os liberais) sugeriram encurtar estes seis meses de presidência e passar já a rotatividade da presidência do Conselho da UE à Polónia, que seria a seguir, enquanto alguns Estados-membros (nomeadamente os nórdicos) estão a decidir ser representados por funcionários e não por governantes nas reuniões informais em Budapeste, como forma de protesto.

A Comissão Europeia também tem mantido um diferendo com a Hungria pelo desrespeito do Estado de direito.

Leia Também: Von der Leyen exclui visitar Hungria por polémicas com presidência da UE

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