Stoltenberg acusa China de alimentar máquina de guerra da Rússia
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, acusou hoje a China de ser um "facilitador decisivo" da guerra da Rússia contra a Ucrânia, ao promover uma "parceria ilimitada" que permite um forte apoio à base industrial de defesa russa.
© Getty Images
Mundo NATO
"Concordamos que a China não pode continuar a alimentar o maior conflito militar da Europa sem que isso afete os interesses de Pequim", afirmou Stoltenberg na conferência de imprensa de encerramento da cimeira de Washington.
O chefe da NATO denunciou que a imagem e o prestígio de Pequim ficam seriamente afetados pela forma como está a favorecer os interesses da máquina de guerra do Kremlin.
Stoltenberg também acusou a China de estar a promover parcerias com aliados de Moscovo, como a Bielorrússia, com quem iniciou exercícios militares junto à fronteira com a Polónia na véspera do início da Cimeira de Washington.
Para o chefe da NATO, estes exercícios confirmam a tendência de que "os regimes autoritários estão a tornar-se cada vez mais alinhados".
Stoltenberg considera que a China "oprime o seu próprio povo", ao mesmo tempo que "esmaga as vozes democráticas em Hong Kong" e ameaça os seus vizinhos, como Taiwan.
"O facto de se alinharem cada vez mais com a Rússia, com a Bielorrússia, enquadra-se neste contexto mais amplo. Isso torna ainda mais importante que trabalhemos em conjunto também com os nossos parceiros no Indo-Pacífico", acrescentou o secretário-geral da Aliança Atlântica.
Desde o início do conflito, a China adotou uma posição ambígua em relação à guerra na Ucrânia, apelando ao respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia, e ao respeito pelas "preocupações legítimas de segurança" de todas as partes, em referência à Rússia.
A posição da China reflete as crescentes tensões entre o país asiático e a NATO, que aumentaram nos últimos anos devido a fatores como o reforço militar da China, a sua crescente influência económica e a sua relação com a Rússia.
Em maio passado, durante uma visita à Sérvia no âmbito da sua digressão europeia, o Presidente chinês Xi Jinping prometeu "nunca esquecer" o bombardeamento da embaixada chinesa em Belgrado pela NATO, em 1999.
Em resposta a declarações de Stoltenberg na quarta-feira, que acusou Pequim de "apoiar a economia de guerra russa" contra a Ucrânia, a China criticou hoje as declarações do secretário-geral da NATO, considerando-as "cheias de preconceitos" e ideias da Guerra Fria.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian disse em conferência de imprensa que a "retórica agressiva" da cimeira da NATO "não reflete a realidade da política externa da China".
"A NATO, que celebra o seu 75. aniversário, tem procurado projetar-se como uma organização dedicada à paz, mas as suas ações passadas nos Balcãs, no Afeganistão e na Líbia contam uma história diferente, de intervenção e desestabilização", acrescentou o porta-voz, questionando a narrativa da aliança transatlântica que "pinta a China como uma ameaça", argumentando que a aliança militar ocidental "criou uma ansiedade de segurança que é muitas vezes o resultado das suas próprias ações".
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