Israel divulga lista de trabalhadores da UNRWA que serão membros do Hamas
Israel apresentou hoje uma lista que identifica mais de uma centena de trabalhadores da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA) como alegados membros ativos do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
© JAAFAR ASHTIYEH/AFP via Getty Images
Mundo Israel/Palestina
A divulgação da lista foi feita na véspera da conferência de doadores da agência da ONU, marcada para Nova Iorque.
Num comunicado, a embaixada israelita na Alemanha indicou que se trata de um total de 108 trabalhadores da UNRWA e confirmou que a lista foi incluída numa carta entregue pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel ao comissário-geral da agência, Philippe Lazzarini, carta a que a revista alemã "Bild" teve acesso.
O documento deverá também ser entregue ao secretário-geral da ONU, António Guterres, embora ainda não tenha sido publicado pelo governo israelita.
Segundo o jornal, a lista faz parte de um documento "mais vasto" que inclui também trabalhadores da ONU nas listas de grupos armados palestinianos como o Hamas e a Jihad Islâmica.
No entanto, os nomes das pessoas afetadas não foram divulgados por razões de segurança, embora a própria UNRWA tenha confirmado, em declarações à agência noticiosa alemã DPA, a receção da carta do governo israelita.
A UNRWA, que afirmou levar estas alegações "muito a sério", indicou que se trata de trabalhadores que se encontram atualmente na Faixa de Gaza.
Neste sentido, solicitou mais informações e cooperação às autoridades israelitas, uma vez que a agência não dispõe de recursos para investigar tais alegações.
Apesar destas alegações, o inquérito externo conduzido pela antiga ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, para examinar o trabalho da agência concluiu, em abril passado, que havia "margem para melhorias" em questões como a neutralidade e a transparência, mas excluiu que Israel tivesse apresentado provas suficientes para provar as ligações terroristas atribuídas a vários dos seus funcionários.
Estas alegações remontam a março, quando, segundo o relatório, Israel acusou "um número significativo" de trabalhadores da UNRWA de "serem membros de organizações terroristas".
"No entanto, Israel não forneceu qualquer prova que sustente esta acusação", lê-se no relatório, elaborado com base em reuniões com todas as partes, incluindo o governo israelita.
As alegações levaram então 16 países a suspender ou a congelar o financiamento, privando subitamente a UNRWA de 450 milhões de dólares e pondo em causa a continuidade das suas operações, tanto na Faixa de Gaza como noutras zonas da região onde também se encontram refugiados palestinianos.
Leia Também: Pelo menos seis mortos em Gaza em ataques atribuídos a Israel
Seguro de vida: Não está seguro da sua decisão? Transfira o seu seguro de vida e baixe a prestação
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com