"Na reunião foram discutidos os capítulos do acordo para o regresso dos sequestrados e as formas de implementar o plano, assegurando ao mesmo tempo todos os objetivos da guerra", afirmou o gabinete do primeiro-ministro israelita, num comunicado.
O chefe dos serviços de segurança interna de Israel (o Shin Bet), Ron Bar, dirige a equipa de negociação israelita no Cairo, enquanto a missão em Doha, onde o Qatar é o interlocutor do Hamas, foi dirigida pelo chefe dos serviços secretos, a Mossad, David Barnea.
Um dos pontos de fricção nas negociações é o controlo do corredor de Filadélfia, a fronteira de 14 quilómetros entre a Faixa de Gaza e o Egito, atualmente tomada por Israel, que exige o fim do contrabando de armas através desta via.
Segundo fontes oficiosas, as partes estão próximas de um acordo segundo o qual o Egito e os Estados Unidos assumirão o controlo do corredor, informação não confirmada oficialmente.
A continuação das conversações no Cairo pode estar relacionada com este ponto, bem como com a reabertura da passagem de Rafah (também junto à fronteira com o Egito), fechada desde maio, quando o exército israelita tomou a cidade.
A ordem de prosseguir as conversações dá esperanças quanto a um eventual acordo para breve, após nove meses de guerra em que só houve uma semana de tréguas - em que 105 israelitas raptados foram trocados por 240 prisioneiros palestinianos -, na linha das mensagens de otimismo dos responsáveis norte-americanos nos últimos dias.
O Hamas, no entanto, foi mais cauteloso, afirmando que os mediadores ainda não informaram o grupo islamita de "qualquer progresso nas negociações com vista a um cessar-fogo e à troca de prisioneiros".
"A ocupação continua com uma política de atraso para ganhar tempo, a fim de frustrar esta ronda de negociações, como fez em rondas anteriores, e isso não passa ao lado do nosso povo e da sua resistência", afirmou o Hamas em comunicado.
As partes estão a negociar um cessar-fogo duradouro - o Hamas exige o fim da guerra, mas Netanyahu quer continuá-la -, um plano de governo para o pós-guerra e a troca dos 116 reféns que restam na Faixa por mais prisioneiros palestinianos.
O chefe da CIA, William Burns, tem estado envolvido nas negociações no Cairo e em Doha, enquanto o enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, Brett McGurk, viajou do Cairo para Israel, onde se reuniu com Netanyahu e com o ministro da Defesa local, Yoav Gallant, para pressionar no sentido de um acordo.
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