A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, argumentou que a "demonização" da extrema-direita já não funciona. "A tentativa constante de demonizar as pessoas que não votam à esquerda (...) é uma armadilha em que cada vez menos pessoas caem", segundo a líder do partido nacionalista Fratelli d'Italia à agência Adnkronos.
"Vimo-lo em Itália e estamos a vê-lo cada vez mais na Europa e em todo o Ocidente", notou Meloni, que felicitou a União Nacional pela vitória nas eleições que decorreram num contexto "muito polarizado".
"Pela primeira vez, o partido de (Marine) Le Pen teve aliados logo na primeira volta e, pela primeira vez, parece que até os republicanos estão inclinados a não participar na chamada frente republicana", acrescentou.
A governante italiana também afirmou que "as velhas barreiras entre as forças alternativas da esquerda estão a ser ultrapassadas". "Se me perguntarem se prefiro a esquerda, nalguns casos bastante extrema, ou a direita, é óbvio que prefiro a direita", disse.
Em conferência de imprensa com o seu homólogo letão, a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, afirmou que a "Alemanha e a França têm uma responsabilidade especial pela nossa Europa comum".
"Ninguém pode ficar indiferente (...) se, no nosso parceiro muito próximo e melhor amigo, um partido que vê a Europa como o problema e não como a solução sair vencedor", defendeu.
A União Nacional (Rassemblement Nationale, no original francês) foi o partido mais votado na primeira volta das eleições legislativas francesas de domingo, com 33% dos votos, à frente da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 28,5%) e dos centristas Juntos pela República, que integra o partido do Presidente Emmanuel Macron (22%).
A segunda volta das eleições legislativas decorre no próximo domingo, 07 de julho.
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