Segundo a SOTAVision, Artiom Kriger é suspeito de ter trabalhado para uma organização classificada como "extremista" na Federação Russa, o Fundo de Luta contra a Corrupção, a organização do antigo principal opositor a Vladimir Putin, Alexei Navalny, que morreu na prisão em fevereiro último.
Nos últimos meses, três outros jornalistas russos, entre os quais uma fotógrafa da SOTAVision, Antonina Kravtsova, foram alvo de acusações similares e colocados em detenção provisória.
Todos estão sujeitos a pesadas penas de prisão.
Segundo a SOTAVision, um tribunal de Moscovo deve pronunciar-se em breve sobre a colocação em detenção provisória de Artiom Kriger.
Este é sobrinho de um opositor à guerra na Ucrânia e critico de Putin, Mikhaïl Kriger, que em 2023 foi condenado a sete anos de prisão por "apologia do terrorismo" e "incitação pública ao extremismo" em mensagens que colocou na Internet.
Os dirigentes russos multiplicaram nos últimos meses a pressão sobre os meios independentes e estrangeiros na Federação Russa, em contexto de repressão generalizada das vozes dissidentes desde a invasão da Ucrânia.
Artiom Kriger integrou a SOTAVision em maio de 2020, quando era estudante, segundo este meio, que detalhou que ele foi condenado a oito dias de prisão em setembro de 2022, depois de ter sido interpelado durante uma manifestação contra a mobilização militar decretada por Putin.
A SOTAvision é um dos últimos meios independentes a informar a partir da Federação Russa sobre a repressão política.
Está classificado como "agente estrangeiro" pelos dirigentes russos.
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