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Alianças e dissidências marcam campanha para as legislativas em França

A França inicia hoje a campanha para as eleições legislativas antecipadas, marcadas nos últimos dias pela divisão e alianças entre partidos, com a extrema-direita a partir com vantagem nas sondagens.

Alianças e dissidências marcam campanha para as legislativas em França
Notícias ao Minuto

10:45 - 17/06/24 por Lusa

Mundo França

As sondagens dão a vitória ao partido de extrema-direita União Nacional (RN, na sigla em francês), com 31% das intenções de voto na primeira volta (30 de junho), ainda que a coligação de esquerda, Nova Frente Popular, tenha reduzido a margem, podendo alcançar 28% e ficar a apenas três pontos percentuais do partido de Marine Le Pen.

Depois de uma semana de confusão, a lista definitiva de candidatos deverá permitir aos eleitores saber quem dos Republicanos (LR, direita) se junta à maioria presidencial (Renascimento, centro-direita) ou ao RN, já que o presidente do partido, Eric Ciotti, decidiu formar uma aliança com a extrema-direita que motivou uma divisão no LR.

Em Nice, o partido LR apresentou um candidato contra Eric Ciotti, para tentar manter uma linha independente tanto da extrema-direita como do executivo.

O líder da RN, Jordan Bardella, de 28 anos, considerado demasiado jovem e "inexperiente" para o cargo de primeiro-ministro pelo antigo Presidente francês Nicolas Sarkozy, anunciou que haveria "uma candidatura conjunta" com o partido de direita "em 70 círculos eleitorais".

À esquerda, a Nova Frente Popular, que conseguiu chegar a acordo sobre um programa comum apesar das diferenças fundamentais, inclui desde micropartidos anticapitalistas até ao antigo Presidente social-democrata François Hollande (entre 2012 e 2017).

Para o antigo primeiro-ministro socialista, Lionel Jospin (1997-2002), a coligação de esquerda é o único "dique" capaz de conter o RN.

A aliança, que reúne também o Partido Socialista, o ecologista EELV, a França Insubmissa (LFI) e o Partido Comunista Francês, terá de convencer os eleitores da sua união e que pode suportar a heterogeneidade dos seus membros.

O líder da LFI, Jean-Luc Mélenchon, três vezes candidato presidencial sem sucesso e uma figura repelente para alguns eleitores até da esquerda, concordou ficar em segundo plano no domingo.

"Se acham que não devo ser primeiro-ministro, não o serei", afirmou Mélenchon.

No campo presidencial, a coligação enfraquecida nas sondagens, terá de se mobilizar após a derrota nas eleições europeias em França.

Se os eleitores votarem como em 09 de junho, a lista presidencial só se qualificaria para a segunda volta, a 07 de julho, em 52 círculos eleitorais.

Relativamente ao poder de compra, tema contestado pelos franceses, o primeiro-ministro Gabriel Attal prometeu, no sábado, em caso de vitória, reduzir 15% nas faturas de eletricidade "a partir do próximo inverno" e um aumento do montante do bónus "Macron", isento de impostos, que as empresas podem pagar aos seus empregados.

Já o ministro da Economia, Bruno Le Maire, rejeitou o aumento do salário mínimo mensal para 1.600 euros líquidos proposto pela esquerda, porque conduziria a um "desemprego em massa".

O receio de que a extrema-direita chegue ao poder levou 250.000 pessoas às ruas no sábado, de acordo com as autoridades (640.000 segundo a Confederação Geral do Trabalho - CGT) e lançou a classe política em intensas negociações.

No domingo à noite, o capitão da seleção francesa de futebol, Kylian Mbappé, apelou ao voto dos jovens neste "momento crucial" e declarou ser "contra os extremos e as ideias que dividem", sem tomar uma posição aberta.

Os partidos tinham até domingo para apresentar as listas definitivas com os seus candidatos nos 577 círculos eleitorais, para as duas voltas das eleições legislativas marcadas para 30 de junho e 07 de julho.

De acordo com uma sondagem da Elabe divulgada no domingo para o canal de notícias BFMTV e o jornal La Tribune, um em cada três franceses quer que o RN ganhe, um em cada quatro gostaria que a Nova Frente Popular ganhasse e um em cada cinco prefere o Renascimento.

Leia Também: França. Governo avança para eleições com candidaturas de 24 dos membros

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