Negociações para formar governo na África do Sul prosseguem

O Congresso Nacional Africano (ANC), no poder, anunciou hoje que as conversações para formar um Governo de Unidade Nacional (GNU) e para pôr fim ao impasse político na África do Sul permanecem inconclusivas após encontros com 17 partidos.

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© DAVID HARRISON/AFP via Getty Images

Lusa
13/06/2024 22:43 ‧ 13/06/2024 por Lusa

Mundo

Congresso Nacional Africano

"Esperamos poder contar com eles para eleger o presidente amanhã [sexta-feira], não estou em posição de divulgar detalhes, as discussões não foram transacionais, todos os outros elementos do GNU serão aprimorados mais tarde", declarou o secretário-geral do ANC, Fikile Mbalula, em véspera da primeira sessão do parlamento, na Cidade do Cabo.

"Este não é o momento de negociar esta ou aquela posição. É sobre como servir o povo da África do Sul, precisamos subscrever o constitucionalismo e o Estado de direito", salientou Mbalua, sem avançar detalhes.

O secretário-geral do ANC, que obteve 40,18% dos votos nas eleições de 29 de maio - perdendo a maioria absoluta no parlamento pela primeira vez em três décadas no poder desde o fim do 'apartheid' -, falava no final de uma reunião do Comité Executivo Nacional (NEC) do partido, na Cidade do Cabo.

Mbalua informou que o ANC manteve encontros com "todos os partidos políticos", acrescentando: "Concordamos que é preciso gravitar em direção ao centro (político), exceto alguns, que não apoiaram o Governo de Unidade Nacional (GNU)".

O dirigente vincou, porém, que o ANC mantém uma posição firme: "Não somos um partido que existe sem ideologia, não morremos em 1994, seis milhões de pessoas querem que o ANC exista, e nós vamos viver. Não vamos perseguir um manifesto de outro partido".

Sobre a formação de um Governo de Unidade Nacional com o segundo partido mais votado e antigo líder da oposição, o Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês), de centro-direita e liberal, Mbalula confirmou as conversações "em curso" entre os dois maiores partidos políticos do país.

"O DA não é um ramo do ANC, se eu disser isso hoje e o DA discordar não significa que o DA deixou de ser o DA, estamos envolvidos em conversações, e não há ninguém que tenha vindo até nós com exigências", salientou.

O partido Aliança Democrática indicou que também estaria disposto a integrar um Governo de Unidade Nacional, mas não fez um anúncio final sobre as conversações com o ANC.

Todavia, Mbalula revelou que o ANC iniciou "negociações exploratórias" com o partido de extrema-esquerda Combatentes da Liberdade Económica (EFF), antigo dissidente do ANC, sublinhando que as duas forças políticas "não se encontraram".

"Não estamos em posição de governar sozinhos. Onde não estamos no comando, deixaremos para aqueles acima de nós", adiantou.

"Nós envolvemos todas as partes no conceito do GNU, não temos receio de trabalhar num GNU. Acreditamos que alcançamos um grande avanço, que precisamos de trabalhar juntos e não como se fosse um caldeirão, mas para mover o país para a frente", afirmou Mbalula.

Na quarta-feira, o Partido Livre Inkatha (IFP), quinto partido mais votado com 17 mandatos, anunciou que aceita integrar um Governo de Unidade Nacional que o ANC está a negociar.

O ANC, com 159 lugares, o DA, com 87 lugares, e o IFP, com 17, deteriam em conjunto uma maioria dos 400 assentos no parlamento.

A primeira sessão do sétimo parlamento da África do Sul, que vai eleger o próximo presidente do país, está marcada para sexta-feira.

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