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Áustria reconhece como "vítimas do nazismo" quem cumpriu penas de prisão

A Áustria decidiu hoje reconhecer como "vítimas do nazismo" todas aqueles que depois de cumprirem uma pena de prisão superior a seis meses foram deportados para os campos de concentração nazis, pondo fim a esta "última injustiça".

Áustria reconhece como "vítimas do nazismo" quem cumpriu penas de prisão
Notícias ao Minuto

21:41 - 12/06/24 por Lusa

Mundo Nazismo

"Com esta alteração estamos a corrigir um erro", afirmou Eva Blimlinger, eurodeputada Verdes/ALE e relatora do texto, que foi hoje aprovado por unanimidade no Parlamento Europeu, lembrando que se trata de um ato "simbólico", já que "não há sobreviventes conhecidos".

Na realidade, "em 1947, as pessoas condenadas a prisão foram excluídas das leis de reparação", salientou a eurodeputada.

Os nazis, além de enviarem para os campos de concentração todos aqueles que tinham cumprido uma pena superior a seis meses de prisão, rotulavam-nas de "criminosos profissionais" e "antissociais".

De acordo com um estudo do Centro de Documentação e Arquivos sobre a Resistência (DÖW), que deverá ser divulgado no início de julho deste ano, 885 austríacos foram deportados para o campo de concentração de Mauthausen com aquele rótulo.

Os deputados deram o exemplo de Alfred Gruber, um vienense condenado por roubo em 1936.

Apesar de ter cumprido a sua pena e não ter reincidido, foi deportado após a anexação da Áustria pelo Terceiro Reich e "o estigma continuou após o fim da guerra", segundo a eurodeputada social-democrata Sabine Schatz.

"Também havia homossexuais, opositores políticos e simples defensores da democracia", recordou a deputada liberal Fiona Fiedler, que considerou que a Áustria poderia, "como é frequente o caso", ter sido "melhor a recordar" estas injustiças.

A Alemanha adotou uma lei de reabilitação semelhante em 2020, estimando-se que "pelo menos 70.000" pessoas foram abrangidas".

Os sem-abrigo, os mendigos, os trabalhadores migrantes e os alcoólicos também foram visados pelos nazis.

Durante muito tempo, a Áustria negou a sua responsabilidade, apresentando-se como "a primeira vítima do nazismo". Só em meados da década de 1980, sob a pressão da opinião pública ocidental, começou a ter um "olhar crítico" sobre esta situação.

O país alpino, cuja população, em grande parte, recebeu triunfalmente Adolf Hitler, que nasceu na Áustria, em 1938, forneceu um grande contingente de quadros e soldados ao regime nazi e participou ativamente nos seus crimes.

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