HRW pede sanções contra os responsáveis pela repressão em Hong Kong
Os governos estrangeiros devem impor "sanções financeiras e de viagem" contra os responsáveis pela repressão em Hong Kong, um território onde o Governo chinês "suprimiu as liberdades fundamentais", afirmou hoje a organização Direitos Humanos Watch (HRW).
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Nos últimos cinco anos, as autoridades prenderam mais de 10.000 pessoas, processaram 2.910 e condenaram outras 1.475 pela sua participação em protestos pró-democracia, afirmou a organização de direitos humanos num comunicado de Taipé.
"Cinco anos após os protestos de Hong Kong, o governo não apresentou desculpas nem assumiu a responsabilidade pelos abusos policiais, ao mesmo tempo que promoveu os responsáveis pela violência que lideram a cidade", disse Maya Wang, diretora interina da HRW para a China.
A 12 de junho de 2019, dezenas de milhares de pessoas reuniram-se em torno do Conselho Legislativo de Hong Kong para protestar contra uma reforma legal que procurava permitir a extradição de suspeitos de crimes para a China continental.
Essas mobilizações, que pediam a retirada do projeto de lei e o "sufrágio universal pleno" para os habitantes de Hong Kong, continuaram durante os meses seguintes e atingiram o seu pico em 16 de junho de 2020.
A polícia usou "força cada vez mais excessiva e indiscriminada contra manifestantes maioritariamente pacíficos, em violação das normas internacionais de direitos humanos", denunciou a HRW, citando dados do Grupo de Estudiosos Progressistas de Hong Kong.
Este órgão documentou 1.200 casos de alegada brutalidade policial entre 09 de junho de 2019 e 21 de janeiro de 2020.
Essa força policial ganhou "maior autoridade e impunidade" sob o atual Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, e o chefe de segurança Ping-Keung Tang, que são considerados responsáveis pela repressão aos protestos de 2019.
Já os tribunais emitiram sentenças consideradas "infundadas" contra profissional, líderes e ativistas da democracia.
Neste sentido, a HRW criticou a ausência de "medidas concretas" por parte dos governos estrangeiros, pedindo-lhes que impusessem "sanções seletivas" contra altos funcionários da Polícia de Hong Kong.
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