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Hutis acusam funcionários internacionais detidos de espionagem

O movimento huti do Iémen afirmou hoje ter desmantelado uma "rede de espionagem" após a detenção na semana passada de mais de uma dezena de funcionários de organizações internacionais.

Hutis acusam funcionários internacionais detidos de espionagem
Notícias ao Minuto

19:52 - 10/06/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

"Foi desmantelada uma rede de espionagem americano-israelita", declararam os hutis em comunicado publicado pelo seu organismo de segurança, precisando que os seus membros trabalhavam "sob a cobertura de organizações internacionais e de agências da ONU".

Na sexta-feira, a ONU afirmou que 11 dos seus funcionários locais foram detidos nas regiões do Iémen controladas pelo movimento Huti, apoiado pelo Irão e que detém um vasto território desde o início da guerra civil em 2014, incluindo a capital Sana.

Seis dos detidos trabalham para o Alto-comissariado das Nações Unidas para os direitos humanos e os restantes cinco para cinco deferentes agências: Unesco, Unicef, Programa Alimentar Mundial, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e gabinete do enviado especial da ONU para o Iémen.

A organização iemenita de defesa dos direitos humanos Mayyun referiu-se à detenção "simultânea" de 18 empregados de organizações humanitárias.

O comunicado divulgado pelos Hutis não menciona o número de pessoas detidas, referindo apenas que a "rede" mantinha relações com a CIA.

Segundo a mesma fonte, as atividades de espionagem eram conduzidas há vários anos, primeiro sob a cobertura da embaixada dos Estados Unidos, antes da sua retirada de Sana em 2015.

Os hutis tinham assumido o controlo da capital pouco meses antes da saída dos norte-americanos, e o seu avanço implicou a intervenção de uma "coligação internacional" dirigida pela Arábia Saudita em apoio ao Governo reconhecido pela ONU.

A guerra provocou centenas de milhares de mortos, feridos e deslocados, e mergulhou o Iémen, o país mais pobre da península arábica, numa das piores crises humanitárias do mundo.

Desde novembro passado que os Hutis promovem ataques ao largo do Iémen contra navios, segundo afirmam, com ligações a Israel, Estados Unidos ou Reino Unido, afirmando atuar em solidariedade com os palestinianos da Faixa de Gaza, no contexto do mais recente conflito israelo-palestiniano e que envolve o movimento islamista palestiniano Hamas.

Analistas citados pela agência noticiosa AFP consideram as acusações dos Hutis um "pretexto", com o objetivo de forçar as organizações internacionais que possuem projetos de financiamento no país a contactarem exclusivamente com os organismos dirigidos por este movimento xiita iemenita.

Em maio, os hutis tinham já reivindicado o desmantelamento de uma "rede de espionagem". Na ocasião a sua agência noticiosa difundiu imagens que mostravam pelo menos 18 pessoas alegadamente envolvidas.

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