Deslocados no Sudão ultrapassam os 10 milhões

O número de pessoas deslocadas internamente no Sudão, que está em guerra desde abril de 2023, já ultrapassou os 10 milhões, anunciou hoje a agência das Nações Unidas para as migrações.

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Lusa
10/06/2024 15:17 ‧ 10/06/2024 por Lusa

Mundo

ONU

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) adiantou à agência Associated Press que essa contabilização inclui cerca de 2,8 milhões de pessoas expulsas das suas casas antes do início da atual guerra, devido a vários conflitos locais nos últimos anos.

Mais de dois milhões de outros sudaneses foram deslocados para o estrangeiro, principalmente para os vizinhos Chade, Sudão do Sul e Egito, referiu ainda o porta-voz da OIM, Mohammedali Abunajela.

O conflito no Sudão começou em abril de 2023, quando as crescentes tensões entre os líderes militares e os paramilitares da Força de Apoio Rápido resultaram em combates na capital Cartum, que se estenderam a outras partes do país.

Em causa estão fortes divergências sobre o processo de integração do grupo paramilitar - agora declarado organização terrorista - nas Forças Armadas, o que levou ao insucesso dessa transição iniciada em 2019, após o derrube do regime de Omar Hassan al-Bashir.

De acordo com a organização da ONU, a situação das mais de 10 milhões as pessoas deslocadas - mais de metade das quais mulheres e mais de um quarto crianças com menos de cinco anos - é já considerada a pior crise de deslocação interna do mundo.

"Imagine uma cidade do tamanho de Londres a ser deslocada. É isso que está a acontecer, mas com a constante ameaça de fogo cruzado, com fome, doenças e brutal violência étnica e de género", alertou a diretora-geral da OIM, Amy Pope, em comunicado.

A guerra no Sudão já causou mais de 30.000 mortos, segundo dados da União Médica Sudanesa.

Tanto o exército sudanês como os paramilitares foram acusados por várias organizações internacionais de terem cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade - incluindo o uso de violência sexual e limpeza étnica -, o que levou a sanções por parte de países como os Estados Unidos contra as partes beligerantes.

Leia Também: Guterres com Blinken para discutir guerras em Gaza, Ucrânia e Sudão

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