Coligação pró-europeia do primeiro-ministro à frente na Polónia
A coligação liberal pró-europeia Plataforma Cívica (PO), do primeiro-ministro Donald Tusk, venceu hoje as eleições europeias na Polónia, à frente dos ultraconservadores nacionalistas do partido Lei e Justiça (PiS), segundo projeções do Parlamento Europeu (PE).
© Lusa
Mundo Europeias
De acordo com os dados divulgados após o fecho das urnas na Polónia, às 21:00 locais (20:00 em Lisboa), o PO obtém 38,2%, elegendo 21 eurodeputados, enquanto o PiS alcança 33,9% e 19 mandatos, sendo a primeira vez que perde uma eleição em cerca de dez anos.
A grande distância das duas principais forças políticas polacas está a Confederação (extrema-direita), com 11,9% e seis eurodeputados.
Os democratas-cristãos da Terceira Via seguem logo atrás, atingindo 8,2% e quatro mandatos, e a Esquerda alcança apenas 6,6% e três representantes.
No total, estes dois partidos e o PO de Tusk, que formam a coligação no governo, totalizam 53% e 28 mandatos, um resultado superior à soma de 45,8% e 25 eleitos da oposição do PiS e da Confederação.
Nenhum outro partido ultrapassou o limite de elegibilidade de 5%.
A elevada abstenção de 61% acabou por beneficiar os partidos europeístas, já que muitos eleitores das regiões rurais, tradicionalmente fiéis às forças conservadoras e eurocéticas, não foram votar.
Estas eleições europeias marcam uma inversão de tendência nos últimos dez anos na Polónia, em que o PiS, liderado pelo dirigente histórico Jaroslaw Kaczynski, surge pela primeira vez como partido derrotado.
Nas passadas legislativas, em 15 de outubro, os populistas venceram o escrutínio pela terceira vez consecutiva, mas não conseguiram uma maioria parlamentar para contrariar uma coligação pós-eleitoral de oposição, liderada por Donald Tusk, antigo presidente do Conselho Europeu.
Já nas autárquicas realizadas em abril, o PiS voltou a ter vantagem a nível nacional, mas o PO de Tusk venceu nos principais municípios, incluindo na capital, Varsóvia, e na segunda maior cidade do país, Cracóvia.
A vitória dos liberais europeístas, ainda que os seus parceiros de coligação tenham tido um resultado bastante abaixo das últimas legislativas, confirma a rota de aproximação entre Varsóvia e Bruxelas, encetada por Tusk, após a União Europeia (UE) ter levantado um processo que corria contra a Polónia, iniciado durante o mandato do último governo do PiS, por violação dos valores europeus na aplicação do Estado de direito.
A campanha eleitoral foi inteiramente dominada pelo tema da segurança militar, económica e energética, cuja importância é reconhecida por 95% dos polacos, segundo as sondagens, e por toda a classe política da Polónia, país membro da NATO e da UE, vizinho da Rússia e que está entre os mais fortes apoiantes de Kiev.
A Polónia presidirá à UE no primeiro semestre de 2025, sucedendo à Hungria.
No total, cerca de 361 milhões de eleitores dos 27 países da UE foram chamados a escolher a composição do próximo Parlamento Europeu, elegendo 720 eurodeputados, mais 15 que na legislatura anterior. A Portugal cabem 21 lugares no hemiciclo.
[Notícia atualizada às 21h39]
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