Buscas no Parlamento Europeu por suspeita de interferência russa

Foram realizadas buscas na residência e no gabinete de um funcionário do Parlamento Europeu.

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© FREDERICK FLORIN/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
29/05/2024 11:12 ‧ 29/05/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O Ministério Público da Bélgica anunciou que foram feitas buscas na residência de um funcionário do Parlamento Europeu, bem como no seu gabinete no edifício do parlamento em Bruxelas, por suspeitas de interferência russa.

Também o seu gabinete em Estrasburgo, França, onde está localizada a sede do Parlamento Europeu, foi alvo de buscas.

"Fazem parte de um caso de interferência, corrupção passiva e adesão a uma organização criminosa e estão relacionadas com indícios de interferência russa, através da qual membros do Parlamento Europeu foram abordados e pagos para promover a propaganda russa através do site de notícias Voice of Europe", disseram os procuradores, citados pela agência de notícias Associated Press.

Acreditam, ainda, que o funcionário envolvido desempenhou um "papel significativo neste processo".

O alvo das operações será um antigo assistente do legislador da UE, Maximilian Krah, do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

Krah é atualmente assistente parlamentar do eurodeputado neerlandês Marcel de Graaff, membro do Fórum para a Democracia, um partido eurocético e conservador holandês.

As buscas foram levadas a cabo numa parceria com a agência de cooperação judicial da União Europeia, a Eurojust, e as autoridades francesas.

O primeiro-ministro belga Alexander De Croo anunciou, no mês passado, a abertura de uma investigação, após o serviço de inteligência da Bélgica ter confirmado a existência de uma rede que estava a tentar minar o apoio à Ucrânia.

No final de março, Praga revelou que os serviços secretos checos tinham descoberto uma rede financiada e orquestrada por Moscovo que difundia propaganda pró-russa sobre a Ucrânia através do site Voice of Europe.

A União Europeia (UE) impôs, na segunda-feira, sanções a dois indivíduos e ao referido 'site', na sequência da promoção de ações de propaganda russa e da manipulação de factos para justificar e apoiar a ofensiva russa na Ucrânia.

Em comunicado, o Conselho da UE salientou que a propaganda em causa, dirigida à sociedade civil do bloco comunitário e dos países vizinhos, "tem visado repetida e sistematicamente os partidos políticos europeus, especialmente durante os períodos eleitorais, bem como a sociedade civil, os requerentes de asilo, as minorias étnicas russas, as minorias de género e o funcionamento das instituições democráticas na UE e nos seus Estados-membros".

A entidade visada pela UE é o portal de notícias Voice of Europe (Voz da Europa, na tradução em português), um 'media' com contas em várias redes sociais e controlado por Moscovo que, segundo o bloco europeu, "envolveu-se numa campanha internacional sistemática de manipulação dos meios de comunicação social e de distorção dos factos para desestabilizar a Ucrânia, a UE e os seus Estados-membros" e difunde ativamente desinformação sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada em fevereiro de 2022.

As pessoas agora abrangidas pelas medidas sancionatórias de Bruxelas são Artem Marchevskyi, que desempenhou um papel chave na aquisição do 'site' Voice of Europe e suspeito de ser o líder de facto do 'media', e Viktor Medvedchuk, reconhecido por ser um elemento próximo do presidente russo, Vladimir Putin, e que controlou alguns 'media' na Ucrânia usando-os para a disseminação de propaganda de Moscovo.

No total, as medidas restritivas adotadas pela UE contra quem enfraquece ou põe em risco a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia incluem já mais de 2.100 pessoas e entidades.

[Notícia atualizada às 12h55]

Leia Também: "Estas Europeias são as mais importantes desde a II Guerra Mundial"

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