Sudão e Irão acordam reabertura de embaixadas e reforço da cooperação

O Sudão e o Irão acordaram hoje a reabertura das respetivas embaixadas e melhorar as formas de cooperação, um passo que surge depois do restabelecimento das relações bilaterais em outubro passado após uma rutura de sete anos.

Darfur, Sudão

© -/AFP via Getty Images

Lusa
26/05/2024 00:00 ‧ 26/05/2024 por Lusa

Mundo

Sudão

O ministro sudanês dos Negócios Estrangeiros, Husein Aqad Ali, encontrou-se hoje com o seu homólogo iraniano, Ali Bagheri Kani, em Teerão, onde se deslocou para "reforçar a cooperação entre os dois países em vários domínios, logo após o recente restabelecimento das relações diplomáticas", segundo a agência de notícias estatal sudanesa SUNA.

"Foi acordado acelerar a conclusão da abertura das embaixadas dos dois países, sob a liderança dos respetivos embaixadores, para ajudar a fazer avançar as relações entre os dois países a um ritmo acelerado", disse a agência sudanesa.

O Sudão cortou relações com o Irão em 2016, na sequência de um ataque à embaixada saudita em Teerão por manifestantes iranianos, que protestavam contra a execução de um clérigo xiita na Arábia Saudita.

Os dois países protagonizaram uma lenta reaproximação, que começou após o golpe de Estado engendrado pelo exército sudanês em 2021, mas a relação acelerou após a eclosão da guerra no Sudão em abril de 2023 e na estratégia da liderança militar sudanesa no poder para obter apoio político e militar no Médio Oriente.

A reconciliação entre o Sudão e o Irão surge numa altura de fraqueza militar do exército sudanês face ao grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), que também tem tentado procurar o apoio de vários países para obter reconhecimento internacional e fornecimento de armas.

O Irão foi um dos principais fornecedores de armas do Sudão durante décadas, mas Cartum afastou-se de Teerão em direção às ricas monarquias sunitas do Golfo Pérsico, especialmente a Arábia Saudita, em busca de apoios para a sua frágil economia.

A guerra em curso no Sudão desde 15 de abril de 2023 fez já, pelo menos, 30 mil mortos e mais de 70 mil feridos, segundo a União Médica Sudanesa. O país tornou-se também cenário da pior crise de pessoas deslocadas em todo o mundo, com quase 9 milhões de pessoas a serem obrigadas a fugir das suas casas, segundo as Nações Unidas.

Leia Também: Rússia fornecerá armas em troca de base naval no Mar Vermelho, diz Sudão

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