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PM arménio fala ao país para justificar "dolorosa" delimitação de fronteiras

O primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, dirigiu-se hoje ao país para justificar a necessidade de normalizar relações com o vizinho Azerbaijão, o que implica uma "dolorosa" delimitação da fronteira, com a cedência de territórios até agora controlados pela Arménia.

PM arménio fala ao país para justificar "dolorosa" delimitação de fronteiras
Notícias ao Minuto

23:27 - 24/05/24 por Lusa

Mundo Nikol Pashinian

"Colocamos em cima da mesa uma fórmula que deve garantir o território da República da Arménia, que foi internacionalmente reconhecido, em 29.743 quilómetros quadrados", declarou Pashinian no discurso também difundido nas redes sociais.

Esta fórmula, insistiu, é a que conduz à "verdadeira independência e soberania, bem como à integridade territorial e à inviolabilidade das fronteiras" da Arménia.

Pashinian reconheceu que o processo de construção de uma nova Arménia é "difícil e doloroso", mas assegurou que é a "única forma" de estabilizar e fortalecer o país.

"Caso contrário, gastaremos os nossos recursos, já de si limitados, na procura da Pátria", sustentou.

O chefe do executivo admitiu que a Arménia atual "não é ideal", em particular porque a busca da "terra prometida" -- afirmou, referindo-se aos vastos territórios da região que foram historicamente povoados por arménios -- não permitiu responder à questão de saber em que território deve agora o país ser construído.

"Imaginemos que queremos construir uma casa, mas não sabemos ao certo em que território vamos fazê-lo e qual será o seu tamanho e posição", disse Pashinian.

"Enquanto a nossa visão sobre esta questão não for clara, não conseguiremos construir a casa e todos os esforços serão em vão", observou.

Acrescentou, em seguida, que o processo de delimitação das fronteiras, iniciado em abril, pretende responder a essa questão.

Este discurso ao país do líder arménio ocorre depois de guardas fronteiriços azeris terem hoje assumido o controlo de quatro aldeias nortenhas cedidas pela Arménia no âmbito do acordo de delimitação da fronteira com o Azerbaijão.

"Como resultado dos trabalhos de delimitação, determinou-se a linha fronteiriça entre o Azerbaijão e a Arménia com um comprimento de 12,7 quilómetros", indicou o gabinete de imprensa do vice-primeiro-ministro do Azerbaijão, Shakhin Mustafaev.

O comunicado refere ainda que tal implica a recuperação por Baku de quatro aldeias azeris com uma superfície de 6,5 quilómetros quadrados, sob controlo arménio deste o início dos anos 1990.

Fontes oficiais arménias confirmaram igualmente o destacamento dos seus guardas no primeiro troço delimitado da linha administrativa entre os dois países, que partilham mais de 1000 quilómetros de fronteira.

A nova fronteira restaura, na prática, a fronteira 'de jure' que existia nas cartas topográficas soviéticas até ao desmembramento em 1991 da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Os termos da delimitação da fronteira com o Azerbaijão deram origem a uma série de protestos e atos de desobediência civil na Arménia, onde a oposição acusa o primeiro-ministro, Nikol Pashinian, de ceder constantemente às exigências de Baku.

Leia Também: Oposição arménia inicia campanha para forçar renúncia de primeiro-ministro

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