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Partido alemão AfD expulso do grupo europeu Identidade e Democracia

Expulsão foi pedida após declarações polémicas do candidato Maximiliam Krah.

Partido alemão AfD expulso do grupo europeu Identidade e Democracia
Notícias ao Minuto

16:00 - 23/05/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Parlamento Europeu

O partido alemão Alternativa para a Alemanha (AfD) foi expulso do grupo europeu de extrema-direita Identidade e Democracia (I&D), diz a agência Reuters.

A decisão acontece a poucas semanas das Eleições Europeias de 9 de junho, após o principal candidato da AfD, Maximilian Krah, ter dito que nem todos os membros da organização nazi Schutzstaffel (SS) "eram todos criminosos".

"O Grupo I&D não quer continuar a ser associado aos incidentes que envolveram Maximilian Krah, cabeça de lista da AfD para as eleições europeias", lê-se na nota informativa citada pela Reuters.

Em declarações à agência noticiosa AFP, o eurodeputado francês Jean-Paul Garraud, eleito pelo RN, considerou que, na sua perspetiva, as "declarações inadmissíveis" de Maximilian Krah "também comprometem a AfD".

Na prática, a decisão tem escasso impacto, pelo facto de não existir atividade legislativa no Parlamento Europeu, com os eurodeputados envolvidos na campanha para as eleições de 9 de junho nos seus países de origem. No entanto, parece definido que na próxima sessão do parlamento o AfD não voltará a ser acolhido no grupo I&D.

Krah, cujo assessor foi acusado de espionagem ao serviço da China, já tinha sido afastado do conselho de liderança da AfD, prometendo também não fazer mais aparições de campanha, embora ainda seja candidato nestas eleições.

Numa recente entrevista ao diário italiano La Repubblica, Maximiliam Krah considerou ser "errado" afirmar que todos os membros das Schutzstaffel (SS, organização paramilitar ligada ao regime nazi liderado por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial) eram "criminosos".

"Vou abster-me de novas comparências na campanha eleitoral com efeito imediato e vou demitir-me de membro do comité executivo federal", indicou o político num texto divulgado pelos 'media' alemães.

Na sequência das declarações de Krah ao La Repubblica, os partidos de direita radical União Nacional (RN, França), de Marine Le Pen, e A Liga, do vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, distanciaram-se da AfD.

Na terça-feira, Jordan Bardella, presidente do RN e cabeça de lista às eleições europeias, decidiu "deixar de se sentar" com os alemães da AfD no Parlamento Europeu, decisão igualmente seguida pela Liga.

Na atual composição do Parlamento Europeu, a AfD integrou o grupo parlamentar ID, que também incluía o RN e a Liga.

As palavras de Krah sobre as SS foram o último de uma série de escândalos em que se envolveu durante a campanha, e tem negado todas as acusações.

Em finais de abril, um dos seus funcionários em Bruxelas foi detido sob a suspeita de espionagem para a China, e a procuradoria de Dresden (leste da Alemanha) abriu um inquérito para apurar se Krah também terá recebido pagamentos de Pequim.

Juntamente com o seu número dois, Petr Bystrom, também está sob suspeita de ter recebido dinheiro de Moscovo em troca da difusão de diversas opiniões "pró-russas", incluindo em contribuições na plataforma Voice of Europe, um dos 'media' russos recentemente proibidos pela União Europeia.

As eleições para o Parlamento Europeu decorrem entre 06 e 09 de junho nos 27 Estados-membros da União Europeia (UE).

[Notícia atualizada às 17h02]

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