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Egito ameaça deixar mediação de Gaza por acusações sobre o seu papel

As autoridades egípcias ameaçaram hoje "retirar-se por completo" do papel de mediador na guerra na Faixa de Gaza, devido às "tentativas contínuas" de serem lançadas dúvidas sobre os seus esforços para terminar com o conflito.

Egito ameaça deixar mediação de Gaza por acusações sobre o seu papel
Notícias ao Minuto

23:15 - 22/05/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

"As contínuas tentativas de questionar e insultar os esforços e o papel da mediação egípcia, com acusações que contradizem a realidade, só irão complicar ainda mais a situação em Gaza e em toda a região", sublinhou o chefe do Serviço de Informação do Estado, Diaa Rashwan, que atua como porta-voz do Governo egípcio.

O porta-voz alertou que as acusações podem "pressionar o lado egípcio a tomar a decisão de se retirar completamente da mediação que está a realizar no conflito atual", do qual é o principal interlocutor de Israel e do grupo islamita palestiniano Hamas, juntamente com o Qatar.

O Egito reagiu desta forma a uma reportagem da CNN que afirmava que os serviços de informação egípcios modificaram os termos da última proposta de cessar-fogo em Gaza que Israel tinha aprovado anteriormente, uma ação que terá enfurecido o Qatar e os Estados Unidos, segundo três fontes anónimas citadas pelo estação de televisão norte-americana.

A CNN afirmou também que, com a alegada modificação unilateral do plano apresentado ao Hamas pelo Cairo, os serviços de inteligência egípcios frustraram a possibilidade de pôr fim temporariamente aos combates em Gaza e de libertar reféns israelitas e prisioneiros palestinianos.

Perante estas acusações, Rashwan advertiu que o Egito "tem observado nos últimos períodos que certas partes atuam constantemente para acusar os mediadores", numa referência a Israel, que acusou de espalhar mentiras com o objetivo de "adiar as coisas e evitar tomar decisões sobre um cessar-fogo".

O Egito, o primeiro país árabe a assinar a paz com Israel (1979), expressou repetidamente a sua rejeição categórica à guerra em Gaza, bem como à operação militar em Rafah, onde mais de 1,4 milhões de pessoas estão amontoadas, na sua maioria deslocadas de outras zonas do enclave palestiniano.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou acima de 35 mil mortes, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas, e deixou o enclave numa situação de grave crise humanitária.

Leia Também: Ajuda chegada à doca dos EUA em Gaza já está a ser entregue

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