Reunidos hoje na cimeira no Bahrein, os líderes árabes pedem o envio de "forças de proteção internacional e de manutenção da paz das Nações Unidas para os territórios palestinianos ocupados" até que seja implementada a solução de dois Estados - Israel e Palestina.
A Declaração do Bahrein exorta ainda os países a "tomarem medidas imediatas e a comunicarem com os seus homólogos de todo o mundo para os instar a reconhecerem rapidamente o Estado da Palestina".
Estas reuniões deverão dar início a consultas sobre "a forma de tomar essas medidas para que o Estado da Palestina seja admitido nas Nações Unidas".
A Assembleia-Geral da ONU aprovou na semana passada, com o voto favorável de Portugal, uma resolução que concede "direitos e privilégios adicionais" à Palestina e apela ao Conselho de Segurança que reconsidere favoravelmente o seu pedido de adesão plena à organização, depois de os Estados Unidos terem vetado essa possibilidade no mês passado.
Por outro lado, a resolução estipula a extensão de um "convite coletivo para a realização de uma conferência internacional sob os auspícios das Nações Unidas" para "resolver a causa palestiniana de acordo com a solução de dois Estados".
Os dirigentes do organismo pan-árabe sublinharam ainda a necessidade de "estabelecer um prazo para o processo político" e de negociar a implementação da solução de dois Estados, apesar das grandes divergências sobre o traçado das fronteiras israelo-palestinianas.
O objetivo final do Estado palestiniano é "viver em paz e segurança lado a lado com Israel", afirma o documento elaborado no final da cimeira, em Manama, capital do Bahrein.
O documento refere que o Estado palestiniano será constituído "pelos territórios anteriores a 04 de junho de 1967, com capital em Jerusalém Oriental", estipulando ainda "o fim de qualquer presença da ocupação" e responsabilizando Israel "pela destruição de cidades e instalações civis na Faixa de Gaza", palco de uma guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas há mais de sete meses.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, é um opositor de longa data da criação de um Estado palestiniano, que a administração norte-americana e os Estados-membros da União Europeia (UE) consideram ser a única solução a longo prazo para o conflito.
Os dirigentes árabes apelaram igualmente às fações palestinianas para se unirem "sob a bandeira da Organização de Libertação da Palestina" (OLP), descrita como "a única representante legítima do povo palestiniano".
Os participantes na cimeira condenaram os ataques a navios mercantes no Mar Vermelho e no Golfo de Aden por parte dos rebeldes Huthis do Iémen, afirmando que estão empenhados no "direito de navegação" nos mares da região.
No que diz respeito ao Sudão, a cimeira apelou à paz, convidando o exército e os paramilitares a empenharem-se num processo destinado a pôr termo ao conflito que começou há mais de um ano.
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