"Esta operação continuará com a entrada de forças adicionais. As nossas forças destruíram vários túneis na zona e mais serão destruídos em breve", disse o ministro, em declarações feitas na quarta-feira (e hoje divulgadas), depois de visitar o quartel-general da 162.ª Divisão do Exército israelita que opera na fronteira da Faixa de Gaza, perto de Rafah.
Nas mesmas declarações, Gallant garantiu que graças à ofensiva israelita o grupo islamita palestiniano, que controla Gaza desde 2007, está cada vez mais enfraquecido e com menos capacidade de se regenerar.
"O Hamas não tem suprimentos, munições, nem capacidade para fabricar armas, nem para tratar adequadamente os terroristas feridos, e isso significa que o estamos a esgotar", assegurou o ministro israelita.
O jornal israelita The Times of Israel noticiou que o Exército aguarda que o Governo liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aprove a expansão da ofensiva em Rafah, como tem feito até agora, por etapas.
Pelo menos 450 mil habitantes de Gaza já fugiram da cidade fronteiriça com o Egito após a chegada das tropas israelitas.
Apesar dos apelos internacionais, Israel mantém a ação militar em Rafah, onde diz que estão as últimas unidades ativas do grupo extremista palestiniano Hamas.
Rafah é o principal ponto de passagem da ajuda humanitária para Gaza e onde se refugiaram mais de um milhão de deslocados palestinianos oriundos de outras zonas do território.
Embora Yoav Gallant mantenha uma posição inflexível em relação à manutenção desta ofensiva, nestas declarações feitas na quarta-feira pediu a Netanyahu que encontrasse uma alternativa palestiniana ao Hamas para governar na Faixa de Gaza e que essa não envolvesse o Exército ou as autoridades israelitas.
O ministro garantiu que tem tentado, desde outubro, que as autoridades israelitas abordem a necessidade de procurar um "governo alternativo palestiniano local e não hostil" para o enclave, que enfrenta uma grave crise humanitária.
Gallant esclareceu que só haverá "um dia seguinte" ao Hamas em Gaza com um governo palestiniano suportado por atores internacionais, alertando que caso Israel decida estabelecer um governo militar no enclave este irá tornar-se "o principal esforço militar e de segurança" do país nos próximos anos, o que irá negligenciar outras frentes.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já provocou mais de 35.000 mortos, segundo o Hamas.
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