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Palestinianos assinalam 76 anos da "Catástrofe" em plena ofensiva em Gaza

Os palestinianos assinalam hoje o 76.º aniversário da sua expulsão em massa no âmbito da guerra que levou à criação do Estado de Israel, em plena ofensiva israelita em Gaza com a deslocação forçada de 1,7 milhões de pessoas.

Palestinianos assinalam 76 anos da "Catástrofe" em plena ofensiva em Gaza
Notícias ao Minuto

14:03 - 15/05/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

O chamado Dia da "Nakba" ("Catástrofe" em árabe) assinala-se anualmente a 15 de maio e recorda o êxodo de 1948, em que se estima que cerca de 750.000 palestinianos foram expulsos ou forçados a fugir das suas casas, devido à ação das milícias judaicas na guerra israelo-árabe.

Estes palestinianos e os seus descendentes, que no seu conjunto são cerca de seis milhões de pessoas, vivem atualmente em 58 campos de refugiados na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, na Jordânia, no Líbano e na Síria.

Por ocasião da "Nakba", o primeiro-ministro palestiniano, Mohamed Mustafa, afirmou hoje em Ramallah que as tentativas israelitas de deslocar os habitantes da Faixa de Gaza e da Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, "não vão ter êxito".

Citado pela agência noticiosa palestiniana Wafa, Mustafa descreveu os protestos solidários em todo o mundo como um sinal de que os direitos nacionais do povo palestiniano "são inalienáveis e imprescritíveis", assim como são um reflexo do "apoio crescente" à questão palestiniana e à criação de um Estado próprio.

"Este ano vai ser particularmente doloroso, uma vez que a Cisjordânia e Gaza enfrentam uma nova 'Nakba' após meses de violência e intensos bombardeamentos e ataques, deslocações e destruição", afirmou hoje a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) em comunicado.

"Cerca de meio milhão de pessoas, 20% da população, tiveram de abandonar Rafah na última semana e deslocaram-se para o centro de Gaza, onde as infraestruturas, os alimentos e a água são insuficientes", acrescentou.

Em 1948, as forças israelitas apoderaram-se de mais de 78% da Palestina histórica, destruíram cerca de 530 aldeias e cidades e mataram cerca de 15 mil palestinianos em mais de 70 massacres, recordou hoje a agência noticiosa palestiniana Wafa.

Os israelitas demoliram ou instalaram-se em casas palestinianas em Jerusalém, Jaffa - a principal cidade palestiniana antes de 1948 - e em outras cidades.

A criação de Israel em maio de 1948, numa parte do território do Mandato Britânico da Palestina (1922-1948), levou cinco países árabes a declarar guerra ao novo Estado.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 35.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.

A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Rafah, no sul do enclave e na fronteira com o Egito, é o principal ponto de passagem da ajuda humanitária para Gaza e onde se refugiaram mais de um milhão de deslocados palestinianos oriundos de outras zonas do território.

Apesar dos apelos internacionais, Israel mantém a ação militar em Rafah, onde diz que estão as últimas unidades ativas do grupo extremista palestiniano Hamas.

Leia Também: Grupos humanitários acusam Israel de violar direito internacional

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