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Bill Clinton critica "tribalismo divisivo" que ameaça desastre nos EUA
O ex-presidente norte-americano Bill Clinton criticou o "tribalismo divisivo" que ameaça tornar-se num "desastre infindável" nos Estados Unidos e a política de queixume que está a dominar o ambiente no país.
© Getty Images
Mundo EUA
"Quando se passa o tempo todo a tentar ajustar contas ou a focar nas diferenças em vez de perceber quais são as causas comuns para o futuro partilhado que todos queremos, é um erro", afirmou o ex-presidente, na sessão de encerramento da Conferência Global do Milken Institute, em Los Angeles.
"As recompensas pelo queixume político e insultos têm sido tão imensas que ninguém quer desistir disso", apontou Bill Clinton, referindo que isso acontece não só nos meios extremistas como na comunicação social em geral. "Mesmo sabendo que se não o fizerem o nosso sistema, o país e o futuro dos nossos netos é posto em perigo".
Clinton disse que o que se está a passar com a extrema polarização não é propriamente tribalismo. "Somos todos tribais", considerou. O democrata disse que o problema é, na verdade, o que chamou de tribalismo divisivo, que considerou ser distinto.
"É potencialmente um desastre infindável", considerou. "Porque se cooperarmos, a nossa capacidade de resolver todos os desafios que enfrentamos é ilimitada".
O ex-presidente reiterou que a cooperação é essencial. "Temos diferenças mas o que temos em comum é muito mais importante".
Clinton, entrevistado por Michael Milken, lembrou o papel que a sua colaboração com o líder sul-africano Nelson Mandela teve para combater a epidemia de VIH nos anos noventa.
O político mostrou-se preocupado com o rumo atual do sistema de saúde e disse haver uma sobreposição entre os problemas de saúde e a crise climática.
"Há uma grande dúvida sobre se este novo nacionalismo divisivo vai minar o compromisso alargado para com a saúde pública", alertou.
"Não se pode desistir", salientou. "Se queremos salvar vidas, a saúde tem de ser a questão número um".
Clinton também falou da importância do foco na educação pré-escolar e as medidas que tomou durante a sua administração, que decorreu entre 1993 e 2001.
Uma das sessões mais concorridas da conferência, que obrigou a colocar filas adicionais de cadeiras no salão internacional do hotel Beverly Hilton, a sessão com Bill Clinton encerrou três dias de discursos e debates na conferência que é chamada de "Davos do Ocidente".
Leia Também: EUA retêm carregamento de armas para Israel
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