"Devido à detenção contínua de funcionários da KQ pela unidade dos serviços secretos militares em Kinshasa, a Kenya Airways (KQ) não consegue operar eficazmente os seus voos sem funcionários. Consequentemente, tomámos a difícil decisão de suspender os voos para Kinshasa com efeitos a partir de 30 de abril de 2024", escreveu a companhia aérea em comunicado.
Na sexta-feira, a companhia aérea pediu a libertação de dois dos funcionários do seu escritório no aeroporto de Kinshasa, detidos desde 19 de abril pela Deteção Militar de Atividades Anti-Patrióticas (Demiap).
Segundo a Kenya Airways, um tribunal militar tinha aceitado um pedido de libertação no dia anterior.
As autoridades congolesas não comentaram as detenções.
"A detenção contínua dos nossos funcionários tornou difícil a supervisão das nossas operações em Kinshasa, que incluem o serviço ao cliente, a assistência em terra, as atividades de carga e, em geral, a garantia de operações seguras e eficientes", escreveu a empresa no comunicado.
"Pedimos também que o nosso pessoal seja tratado com humanidade e respeito durante esta detenção ilegal", acrescentou.
A Kenya Airways afirmou na sexta-feira que "o motivo da sua detenção foi a ausência de documentos aduaneiros relativos a uma carga valiosa que deveria ser transportada num voo da KQ a 12 de abril de 2024".
Mas esta carga, cujo conteúdo permanece desconhecido de momento, "não foi carregada nem aceite pela KQ devido a documentação incompleta", sublinhou a Kenya Airways, lamentando o facto de "todos os esforços para explicar aos oficiais militares que a KQ não tinha aceitado a carga devido a documentação incompleta se terem revelado inúteis".
Uma das principais companhias aéreas de África, a Kenya Airways foi fundada em 1977, após a extinção da East African Airways, e serve 45 destinos, incluindo 37 em África.
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